Nos últimos anos, uma forma inusitada de liberação emocional conhecida como "rituais de raiva" tem ganhado popularidade, especialmente entre as mulheres. Esses rituais, que envolvem gritos e esforço físico como meio de expressar a raiva e a frustração reprimidas, viralizaram em plataformas como o TikTok, onde mulheres compartilham suas experiências e percepções. (Veja o vídeo abaixo)
Uma participante desse tipo de ritual, Kimberly Helmus, recorda vividamente seu primeiro encontro com um ritual de raiva. Após seu divórcio, ela se juntou a um retiro na Escócia liderado por Mia Banducci, conhecida como "Mia Magik" online, onde participou de uma cerimônia que envolvia gritos e batidas com pedaços de madeira no chão da floresta. Para Helmus, foi uma experiência transformadora, proporcionando uma rara oportunidade de expressão de raiva sem filtro, sem julgamento ou condenação.
"Não há lugar onde você possa ver mulheres serem capazes de ficar bravas assim e isso não ser condenado", disse ela ao USA TODAY. "Ela está apenas hormonal. Ela está apenas descontrolada. Ela está apenas louca. Ela está apenas naqueles dias. Ela está apenas, sei lá. Este foi um lugar onde você estava, provavelmente pela primeira vez em muito, muito tempo, se é que já esteve, capaz de gritar em voz alta coisas sobre como se sentia", completou.
Os rituais de raiva, protagonizados por Banducci e outros, geralmente envolvem participantes reunidos em áreas arborizadas, empunhando grandes pedaços de madeira e direcionando sua raiva para pessoas ou experiências que os prejudicaram. Esses rituais são descritos como "catárticos e empoderadores", permitindo que os participantes acessem emoções que podem ter reprimido por anos.
Embora os rituais de raiva possam parecer pouco convencionais, eles receberam apoio de defensores como Banducci, que enfatiza seu potencial para expandir a capacidade emocional e promover sentimentos de alegria e gratidão. No entanto, a psicoterapeuta Stephanie Sarkis aconselha cautela, observando que as pessoas respondem de maneira diferente à raiva e sugerindo que os participantes avaliem suas próprias necessidades e limites antes de se envolverem em tais atividades.
Apesar das opiniões variadas, os rituais de raiva têm ressoado profundamente com muitas mulheres, oferecendo um espaço seguro para confrontar as expectativas sociais e abraçar seu direito de expressar raiva. Enquanto Helmus reflete sobre suas próprias experiências, ela enfatiza a natureza libertadora e capacitadora desses rituais, descrevendo-os como uma oportunidade de abraçar seu eu selvagem e indomado sem medo ou inibição.
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