Uma operação realizada pela Polícia Civil de Santa Catarina prendeu uma quadrilha acusada de operar golpes, principalmente em idosos de São Paulo, por meio de uma falsa central de atendimento. Os criminosos pediam para as vítimas cederem acessos aos dispositivos para entrarem na conta bancária e roubarem o dinheiro.
As prisões da Operação Central do Crime foram feitas na última quarta-feira (8) após três meses de investigação. Ao todo, 11 mandados de busca e apreensão foram cumpridos, todos no estado de São Paulo, nas cidades de Santos, Guarujá e Ribeirão Preto. A Polícia Civil de São Paulo atuou na ação.
Segundo dados da operação, são 15 investigados, entre golpistas e conteiros (pessoas que emprestam contas bancárias e ajudam a organizar o que foi roubado, dificultando os policiais encontrarem qual foi o destino do dinheiro).
Como o golpe acontece?
De acordo com o delegado Leonardo Silva, da delegacia de defraudações do Deic (Departamento Estadual de Investigações Criminais), de Santa Catarina, os criminosos se passam por um funcionário de banco e tentam obter senhas bancárias. Para fisgar as vítimas, eles dão informações pessoais verdadeiras, que geralmente estão disponíveis no que eles chamam de "painéis", páginas ilegais que contêm dados vazados.
Os golpistas iniciam o contato para falar de uma movimentação estranha na conta, sugerindo uma tentativa de invasão ou uma compra suspeita.
Segundo o delegado, o foco é encontrar a vítima "mais fácil de ser ludibriada, geralmente idosos ou quem tem menos conhecimento de informática".
Os golpistas convencem o "cliente" a abrir ou baixar um programa que permite que um terceiro navegue remotamente no dispositivo. Eles alegam que vão instalar uma atualização no celular ou no computador, só que, na verdade, é um outro aplicativo para ter acesso à distância. Por meio disso, eles conseguem entrar na conta e fazer transferências.
O golpe é chamado de “Mão Fantasma” por serem remotos e utilizarem a técnica ATS (sigla em inglês para Automated Transfer System). No Brasil, houve mais de 6.300 ataques desse tipo desde janeiro de 2023, segundo a empresa especialista em cibersegurança Kaspersky.
Vítimas
Uma das vítimas de um dos criminosos presos durante a Operação Central do Crime, um idoso de 85 anos, perdeu R$ 85 mil por causa de um golpe. Segundo o delegado Leonardo, houve mais de R$ 1 milhão em perdas juntando todas as vítimas até o momento.
Segundo a operação, o "trabalho do crime" acontece em vários estados. Apesar da investigação ter sido iniciada em Santa Catarina, todos os detidos são de São Paulo. A delegacia contabilizou vítimas do Rio de Janeiro, Ceará, Bahia, Sergipe, Goiás e Rio Grande do Sul.
Como não cair no golpe
- Evite passar seus dados pessoais em ligação, mensagens e links, exceto se você mesmo tenha ligado para o banco para tratar algum assunto;
- Não clique em links não oficiais;
- Não deixe senhas anotadas no celular;
- Mude as senhas dos aplicativos;
- Lembre-se de que os bancos nunca ligam solicitando a instalação de aplicativos ou enviam links para seus clientes sem a solicitação prévia.
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