Google é acusado de violação de privacidade em novo vazamento
Guilherme Haas
Google é acusado de violação de privacidade em novo vazamento

Documentos internos da empresa Google vazados na semana passada , elucida sobre como é a escolha para definir qual site aparece primeiro em um resultado na busca.

Dois profissionais de SEO (otimização de mecanismos de busca) divulgaram um conjunto de 2,5 mil documentos internos do Google, que revelam os critérios usados pela empresa para determinar o ranqueamento das informações em suas buscas. Esses documentos detalham os mais de 14 mil fatores que a empresa considera na definição dessas classificações.

O material mostra como os algoritmos influenciam na audiência, informações e na taxa de cliques que chega para as empresas, além de influírem na vida de bilhões de pessoas que utilizam o Google.

Rand Fishkin, especialista em marketing digital e responsável pela divulgação das informações vazadas, afirma que os dados revelam contradições em relação aos fatores que o Google vinha indicando publicamente, durante anos, como determinantes para os resultados das buscas. 

O material foi inicialmente descoberto por um usuário do Github, uma plataforma direcionada a programadores de código.

Ranqueamento de sites

O uso de dados de navegação do Chrome é um dos fatores determinantes para o ranqueamento de sites. No entanto, o Google sempre negou que usava esses dados para afinar a classificar as páginas no navegador.

Além disso, a taxa de cliques (CTR em inglês) dos sites também é decisivo na hora de exibir os links, o que a empresa negava. 

"O que chama a atenção é que o Google sempre afirmou categoricamente que não utilizava dados do Chrome. Nós desconfiávamos porque frequentemente testamos os algoritmos", afirma Rosana Amaral, professora no curso de SEO da Escola Britânica de Artes Criativas e Tecnologia (EBAC) ao O Globo.

Os especialistas se preocupam ainda com a inteligência artificial. O Google adotou o uso de IA em suas buscas, fornecendo aos usuários um resumo do tema pesquisado e relegando os links a um segundo plano. Sem os cliques gerados por esses links, os sites perdem recursos financeiros, o que pode resultar em sua extinção. Isso poderia criar um "deserto de informações" na internet, sem dados provenientes de fontes originais.

A Google confirmou que os documentos vazados são verdadeiros, mas pediu cautela para não fazer “suposições imprecisas sobre a Busca com base em informações fora de contexto, desatualizadas ou incompletas.”

Desconfiança

Empresas de marketing digital que dependem do algoritmo do Google revelaram uma quebra de confiança com a empresa. O CEO da iPullRank, Michael King, afirmou à mídia americana que o vazamento traz a lição de que “o Google nos diz uma coisa e faz outra.” 

Ainda não se sabe ao certo até que ponto as informações reveladas são utilizadas pelo Google para classificar a ordem dos sites em suas buscas. Ademais, não está claro se esses dados foram divulgados de forma intencional ou acidental. 

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