A Meta, dona do Facebook, recebeu cerca de R$ 500 mil para divulgar anúncios de um golpe que promete compensação por um alegado vazamento de dados pela Serasa. Desde fevereiro, vários surgem com essas falsas promessas todas as semanas na rede social.
De acordo com Netlab-UFRJ, foram mais de 4 mil anúncios com golpe entre março e maio deste ano. Os perfis falsos no Facebook pagaram R$ 493.651 em anúncios à Meta para veicular vídeos feitos por IA com imagem de políticos divulgando golpe de falsa indenização da Serasa.
A grande parte dos golpes usava imagem do deputado Nikolas Ferreira (PL-MG), além do Sargento Fahur (PSD-PR) e Eduardo Bolsonaro (PL-SP). A imagem do presidente Lula (PT) também era usada.
Segundo o levantamento, 96% dos anúncios usavam a imagem manipulada de Nikolas Ferreira.
O golpe ainda continua neste mês, sendo aplicado agora também com a imagem do deputado federal e apresentador Celso Russomanno.
De acordo com o UOL, apenas um perfil gastou R$ 162 mil em anúncios. As propagandas enganosas estão classificadas como "temas sociais, eleições ou política", o maior anunciante do golpe da Serasa era também o oitavo maior anunciante desta categoria na plataforma da Meta. O perfil investidor foi desativado.
Para a coordenadora do Netlab-UFRJ, Marie Santini, a quantia investida mostra que o golpe advém de uma organização criminosa.
"Se você tem um crime onde o investimento é de R$ 162 mil, a gente está falando de crime organizado, porque ele tem um capital inicial para investir, tem infraestrutura", disse Santini.
Ao UOL, a Serasa Experian afirmou que os anúncios sobre uma a suposta indenização são falsos e que "servem apenas para confundir o consumidor e a sociedade".
"A Serasa Experian verificou que a maioria desses anúncios foi veiculada pelos mesmos perfis, falsos, criados recentemente, muitos já inativos. Cumpre reforçar que a empresa monitora e atua no combate a contas falsas ou publicações que citam indevidamente seu nome em redes sociais, sites, aplicativos e canais digitais em geral. (..) Nenhuma indenização é devida. Os veículos de comunicação têm se mostrado atentos aos fatos e prestado informação clara e verdadeira em relação ao tema", disse a Serasa em nota.
Já a Meta diz que não permite golpes em suas redes, mas não comentou sobre o caso da Serasa.
"Atividades que tenham como objetivo enganar, fraudar ou explorar terceiros não são permitidas em nossas plataformas e estamos sempre aprimorando a nossa tecnologia para combater atividades suspeitas. Também recomendamos que as pessoas denunciem quaisquer conteúdos que acreditem ir contra os Padrões da Comunidade do Facebook, das Diretrizes da Comunidade do Instagram e os Padrões de Publicidade da Meta através dos próprios aplicativos", afirmou a Meta ao UOL.
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