A rede social X , da qual o bilionário Elon Musk é o dono, foi o epicentro de divulgação de desinformação durante as eleições presidenciais nos Estados Unidos, com postagens enganosas que já acumularam 2 bilhões de visualizações. A informação é de um levantamento realizado pelo Center for Countering Digital Hate às vésperas do pleito, que acontece nesta terça-feira (5).
O instituto também acusou a rede social de permitir a disseminação de informações falsas sobre fraudes nos estados-pêndulo, onde os votos são mais disputados.
Nas últimas semanas, Musk passou a participar da campanha de Donald Trump - ele subiu nos palanques com o republicano e chegou a oferecer dinheiro a quem se registrar para votar.
Ele também ordenou o desmonte de toda a estrutura de proteção contra a desinformação no X, de forma a permitir que qualquer pessoa possa divulgar e denunciar supostas fraudes na eleição.
A campanha digital de Musk para o republicano acontece em meio à suspeita de que Trump e sua campanha não aceitem uma eventual derrota.
Alcance de bilhões
Com 203 milhões de seguidores na rede social, Musk consegue difundir de uma maneira vasta qualquer informação que optar por postar - segundo o estudo, há pelo menos 746 postagens do bilionário entre julho e outubro com referência à eleição ou à política.
No total, essas mensagens somaram 17,1 bilhões de visualizações, o dobro da audiência de todas as campanhas de comerciais pagas pelos republicanos na plataforma. Se fossem cobradas, as postagens de Musk valeriam, no mínimo, US$ 24 milhões.
Segundo o estudo, das 746 postagens de Musk, 87 promoveram afirmações falsas sobre a eleição dos EUA e acumularam 2 bilhões de visualizações. Só os posts do bilionário que acusam, sem provas, os democratas de estarem importando eleitores e permitindo que estrangeiros pudessem votar somaram 1,3 bilhão de visualizações.
A plataforma de Musk ainda espalhou informações enganosas sobre fraudes na Pensilvânia, um dos sete principais estados-pêndulo. Apenas uma das contas, com 114 mil seguidores, teria sido a base da divulgação de um vídeo falso que mostrava a destruição de cédulas que supostamente deveriam ir para Trump.
A fraude jamais ocorreu e o vídeo era falso. Mesmo assim, na plataforma X, não houve qualquer restrição ou aviso de fake news.