Donald Trump assina decretos presidenciais no Salão Oval da Casa Branca, em Washington, em 20 de janeiro de 2025
JIM WATSON
Donald Trump assina decretos presidenciais no Salão Oval da Casa Branca, em Washington, em 20 de janeiro de 2025


O presidente dos EUA, Donald Trump, assinou na segunda-feira (20) uma ordem executiva com a intenção de "parar imediatamente toda a censura governamental". Com a ordem, o governo estadunidense não vai poder pressionar as  redes sociais sobre a remoção de conteúdos nas plataformas.

A ação deve minar os esforços de combate a proliferação de  informação falsa online. Segundo o decreto, agentes oficiais do governo federal não podem adotar qualquer conduta que "infrinja de forma inconstitucional a  liberdade de expressão de qualquer cidadão americano".

Em um dos atos ainda no primeiro dia de mandato, o republicano escreveu que isso acontecia no governo de Joe Biden, e determinou que seja feita uma investigação para " identificar e remediar possíveis danos ao direito constitucional de liberdade de expressão".

"Nos últimos quatro anos, a administração anterior massacrou o direito à liberdade de expressão exercendo, com frequência, uma pressão substancial coerciva sobre empresas, como as redes sociais, para moderar, derrubar ou, de alguma outra forma, suprimir um discurso que o governo federal não aprovava", diz a medida.

Trump também proibiu que o dinheiro público seja usado em qualquer conduta que esteja ligada a cessar o direito de expressão dos americanos. O republicano afirmou que o governo de Biden infringiu o direito constitucional dos cidadãos para avançar sua narrativa preferida sobre temas significativos do debate público.

Alinhado com os donos das redes sociais

A cerimônia de posse, ocorrida também na segunda, contou com a presença de donos das principais Big Techs, como Mark Zuckerberg(CEO da Meta), Jeff Bezos(fundador da Amazon), Sundar Pichai(CEO do Google) e Elon Musk(dono do X). A medida adotada é alinhada com a ideia do uso das redes sociais vista por eles.

Dias antes da posse,  Zuckerberg anunciou o fim do programa de checagem de fatos nas redes sociais da Meta, como Facebook e Instagram, e que irá trabalhar com o novo presidente contra governos de todo o mundo que visam perseguir empresas americanas" e "implementar mais censura".

A União Europeia e o Reino Unido já adotam leis que exigem responsabilidade das redes sociais e das grandes empresas de tecnologia sobre conteúdos publicados. Zuckerberg criticou as atitudes tomadas no continente e seu "número crescente de leis que institucionalizam a censura e dificultam a construção de algo inovador".


Visão republicana

Durante anos, a principal queixa dos conservadores era a de que as redes sociais boicotavam seus posts. Entre os exemplos citados, constantemente é lembrado a exclusão de Trump no antigo Twitter e no Facebook após os ataques ao Capitólio em seis de janeiro de 2021. 

Os republicanos também alegam que as iniciativas do governo Biden pressionaram as Big Techs a removerem desinformação sobre vacinas durante a pandemia de covid-19. Esses fatores significariam que o governo interferiu de forma ilegal na liberdade de expressão dos americanos.

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