Robô foi desenvolvido na China para exploração das profundezas oceânicas.
Li Wen/Reprodução
Robô foi desenvolvido na China para exploração das profundezas oceânicas.


Cientistas da Universidade Beihang, na China, realizaram um experimento pioneiro com um robô subaquático miniatura que está transformando a forma de explorar o oceano.

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Em testes recentes, o dispositivo, capaz de nadar, rastejar e planar de forma autônoma, desbravou a Fossa das Marianas, o ponto mais profundo conhecido do planeta, localizado no Pacífico, atingindo impressionantes 10.600 metros.

Essa inovação vem não apenas para superar os obstáculos impostos pelas condições extremas – como temperaturas geladas, escuridão absoluta e pressão esmagadora –, mas também para minimizar a interferência de embarcações humanas nos frágil ecossistema marinho.

A equipe também desenvolveu um gripador macio que pode ser acoplado a robôs rígidos.

Durante os testes, esse equipamento foi enviado ao Mar da China Meridional, operando a 3.400 metros de profundidade para coletar amostras de pequenos organismos, como "estrelas-do-mar" e "ouriços", diretamente do leito oceânico.

Esse mecanismo permite uma coleta mais delicada e precisa, evidenciando o potencial dos dispositivos autônomos para estudar a vida marinha sem causar impactos negativos.

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Desafios e futuro da exploração marinha

Apesar de aproximadamente 70% da superfície terrestre ser coberta pelos oceanos, grande parte dessas áreas permanece inexplorada devido às condições ambientais rigorosas.

No entanto, os avanços tecnológicos, como o robô da Universidade Beihang, estão abrindo caminho para descobertas significativas.

Em contraste com as embarcações tripuladas, que podem perturbar os ecossistemas estudados, os dispositivos autônomos oferecem uma alternativa sustentável para penetrar nos mistérios das profundezas.

Essa abordagem inovadora promete ampliar nosso conhecimento sobre ambientes remotos e revelar formas de vida exóticas, conforme demonstrado por recentes descobertas do Instituto Schmidt para Oceanos, que identificou migrações de caranguejos, um "verme marinho psicodélico brilhante" e cerca de 60 novas espécies em águas chilenas em 2024.

Os resultados obtidos até o momento deixam claro que a tecnologia de exploração profunda está evoluindo rapidamente.

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Com o sucesso do robô na Fossa das Marianas e do gripador no Mar da China Meridional, os pesquisadores esperam que esses avanços possibilitem estudos mais abrangentes e menos invasivos dos habitats marinhos.

Essa tendência pode revolucionar a forma como entendemos a biologia marinha e os ecossistemas dos oceanos, incentivando um futuro em que a inovação e a preservação caminhem lado a lado.

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