O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, recuou nesta sexta-feira (11) e decidiu poupar eletrônicos das tarifas aplicadas contra a China. A decisão veio em meio à escalada de uma guerra tarifária contra o país asiático, em que o governo americano impôs uma taxa de 145% sobre seus produtos.
De início, o novo imposto seria aplicado sobre tudo o que fosse fabricado pelos chineses. No entanto, a decisão de poupar os gigantes da tecnologia veio após os vários alertas de especialistas sobre os impactos econômicos e de produção que essa medida poderia causar, principalmente para empresas como a Microsoft e a Apple.
Quando Trump anunciou as novas tarifas no "Dia da Libertação", expressou seu desejo de trazer a fabricação de eletrônicos da China para os Estados Unidos. No entanto, a medida acendeu um alerta quando analistas - como Dan Ives, da Wedbush Securities - calcularam o valor que esses produtos poderiam chegar. O preço do iPhone, por exemplo, saltaria de US$ 1.000 (cerca de R$ 5.280) para US$ 3.500 (cerca de R$ 18 mil).
Conforme explicado por Ives à CNN dos EUA, a fabricação no país comandado por Trump triplicaria o texto do aparelho devido ao alto custo da mão de obra americana e à complexidade de reproduzir, em solo nacional, toda a cadeia de produção especializada que já existe na Ásia.
Segundo o analista, instalar uma estrutura semelhante à que existe na China exigiria bilhões em investimentos e pelo menos três anos apenas para transferir 10% da produção. Além disso, os componentes usados nos aparelhos, como os chips de memória e os processadores, ainda são produzidos em países como Taiwan e Coreia do Sul. Sendo assim, ainda haveria a dependência externa e, logo, mais custos logísticos.
Por outro lado, setores como os de artigos de luxo não tiveram a mesma isenção. Bolsas Birkin, relógios Rolex e joias seguem sob as novas tarifas, bem como roupas, calçados e brinquedos.