Os impactos da Inteligência Artificial (IA) ou o papel da tecnologia nos direitos humanos e na mudança climática serão debatidos a partir desta terça-feira (16), no Web Summit, um dos maiores eventos tecnológicos do mundo, no Rio de Janeiro.
A segunda edição desta conferência, também conhecida como "Davos dos geeks", receberá até quinta-feira (18), na capital carioca, mais de 600 palestrantes, fundadores e diretores de mais de 1.000 startups.
A Prefeitura da cidade estima que 40 mil pessoas comparecerão ao evento a cada dia, o que injetará cerca de R$ 33 milhões na economia local.
Esta edição "é ainda maior e melhor do que a última", afirmou o prefeito Eduardo Paes na abertura do evento nesta terça.
"Nossa missão é transformar o Rio na capital da inovação da América Latina" e o evento é "parte fundamental" deste objetivo, acrescentou.
Este ano, os debates "serão focados no papel da tecnologia em abordar questões mundiais cruciais, como a inteligência artificial, a tecnologia financeira, a mudança climática e os direitos humanos", segundo Artur Pereira, diretor do Web Summit no Brasil e Portugal.
Para melhorar a representatividade feminina em um setor predominantemente masculino, 45% das startups presentes este ano foram criadas ou são lideradas por mulheres, a maior proporção que a conferência já teve, segundo a organização.
O Web Summit Rio representa ainda "uma oportunidade" para reunir líderes da tecnologia "no já dinâmico e crescente cenário tecnológico latino-americano", acrescentou Pereira.
Gigantes como a IBM, BYD, Salesforce, Huawei e JP Morgan estão presentes no evento, juntamente com startups de todo o mundo.
Jovens ativistas indígenas, fundadores de fintechs, plataformas de IA, influenciadores digitais e um dos principais nomes da música brasileira Gilberto Gil também estão entre os palestrantes.
O evento anual, criado em 2009, acontecia em Dublin até 2016, quando foi transferido para Lisboa, onde é realizado anualmente em novembro.
A edição carioca, que acontece paralelamente, estreou no ano passado e se repetirá pelo menos até 2028.
A AFP é veículo associado do evento este ano.
Paddy Cosgrave, cofundador do Web Summit, ressaltou o espírito de "comunidade" da conferência.
"Alguns avanços tecnológicos incríveis, relacionamentos, parcerias e empresas cresceram a partir de nossos eventos", escreveu na rede X na semana passada, ao anunciar que conduziria o evento novamente.
Cosgrave, um empresário irlandês, se afastou no ano passado após criticar a campanha de Israel em Gaza em resposta aos ataques do movimento islamista palestino Hamas.
Seus comentários levaram empresas como Google, Meta, Intel, Siemens e a comediante americana Amy Poehler, entre outros, a cancelarem sua presença no Web Summit em Lisboa em 2023.