Homem alimenta pombos em Phnom Penh, Camboja, em 10 de outubro de 2023
Tang Chhin Sothy
Homem alimenta pombos em Phnom Penh, Camboja, em 10 de outubro de 2023
Tang Chhin Sothy

A Organização Mundial da Saúde (OMS) expressou nesta quinta-feira "enorme preocupação" com a crescente propagação da cepa H5N1 da gripe aviária para outras espécies, incluindo o ser humano.

"Isto continua sendo, acredito, uma enorme preocupação", declarou Jeremy Farrar, diretor científico da agência de saúde da ONU, em uma entrevista coletiva em Genebra.

A principal inquietação é que o vírus H5N1, que tem "uma taxa de mortalidade extraordinariamente elevada" entre as pessoas infectadas por contato com animais, está se adaptando para a transmissão entre humanos.

Entre o início de 2023 e 1º de abril de 2024, a OMS registrou 889 casos em seres humanos de gripe aviária em 23 países, com 463 óbitos, o que representa uma taxa de mortalidade de 52%.

Atualmente, não há caso registrado de transmissão do H5N1 entre humanos.

Segundo o cientista da OMS, a cepa A (H5N1) virou uma "pandemia zoonótica animal global".

Para Farrar, a "grande preocupação é que, ao infectar patos e galinhas, e cada vez mais mamíferos, este vírus evolua" e depois desenvolva a "capacidade de passar de humano para humano".

Um caso que gerou preocupação foi o anúncio no início de abril da detecção de um caso de gripe aviária em uma pessoa infectada por uma vaca leiteira no Texas, Estados Unidos.

"Quando chega à população de mamíferos, está se aproximando dos humanos", disse Farrar. "É realmente preocupante."

O diretor da divisão científica da ONU pediu o reforço da vigilância e dos registros. Ele explicou que é muito importante saber quantas infecções acontecem entre humanos, pois é neste espaço que pode acontecer uma adaptação do vírus.

"É uma coisa trágica de dizer, mas se eu for infectado com H5N1 e morrer, este é o fim do caso. Se eu circular pela comunidade e infectar outra pessoa, então começa o ciclo", destacou.

Farrar mencionou esforços para desenvolver vacinas e tratamentos contra o H5N1 e ressaltou a necessidade de garantir que as autoridades de saúde regionais e nacionais de todo o mundo tenham a capacidade de fazer o diagnóstico.

    AFP

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