Mulher usa máscara em Ho Chi Minh em 21 de outubro de 1995
Hoang Dinh Nam
Mulher usa máscara em Ho Chi Minh em 21 de outubro de 1995
Hoang Dinh Nam

A poluição atmosférica, provocada pelo ser humano e outras fontes como os incêndios florestais, está associada a cerca de 135 milhões de mortes prematuras no mundo entre 1980 e 2020, segundo um estudo de uma universidade de Singapura publicada nesta segunda-feira (10).

Fenômenos meteorológicos como El Niño e o Dipolo do Oceano Índico(DOI) --outro fenômeno climático natural resultante de uma diferença de temperaturas na superfície do mar-- agravaram os efeitos dos poluentes ao aumentar sua concentração no ar, explicou a Universidade Tecnológica de Nanyang de Singapura (NTU, por sua sigla em inglês).

O problema das partículas finas "foi associado a cerca de 135 milhões de mortes prematuras no mundo" entre 1980 e 2020, afirmou a universidade em um comunicado sobre o estudo, publicado pelo jornal Environment International.

As partículas finas em suspensão PM 2,5 (com diâmetro inferior a 2,5 micrômetros) são prejudiciais à saúde se inaladas, pois são pequenas o suficiente para atingir o sistema sanguíneo.

Estas partículas provêm de veículos e emissões industriais, além de fontes naturais, como incêndios ou tempestades de poeira.

O estudo constatou que estas pessoas morreram mais jovens, antes de atingir a expectativa média de vida, por doenças que poderiam ter sido tratadas ou prevenidas, como acidentes vasculares cerebrais, doenças cardíacas e pulmonares e cânceres.

Fenômenos meteorológicos contribuíram para aumentar as mortes em 14%, segundo o estudo.

A Ásia concentra o "maior número de mortes prematuras atribuíveis à poluição por PM 2,5", com mais de 98 milhões de mortes, principalmente na China e na Índia, diz a universidade.

Paquistão, Bangladesh, Indonésia e Japão apresentam também um grande número de mortes prematuras, entre dois e cinco milhões de pessoas.

Trata-se de um dos estudos mais completos sobre a qualidade do ar e do clima, baseando-se em 40 anos de dados para uma visão conjunta dos efeitos das partículas finas na saúde.

"Nossas descobertas mostram que as mudanças nos padrões do clima podem piorar a poluição do ar", indicou Steve Yim, professor da escola asiática de meio ambiente da NTU, que coordenou o estudo.

"Quando ocorrem alguns acontecimentos climáticos como El Niño, os níveis de contaminação podem aumentar, o que significa que mais pessoas podem morrer prematuramente devido as PM 2,5", afirmou Yim.

Pesquisadores de universidades de Hong Kong, Reino Unido e China participaram no estudo.

Segundo a Organização Mundial da Saúde, os "efeitos combinados da contaminação do ar no ambiente e interior das casas" estão associados a 6,7 milhões de mortes prematuras a cada ano no mundo.

    AFP

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