Senador Astronauta Marcos Pontes em visita ao RCGI na USP
Assessoria CEHV/Senado Federal
Senador Astronauta Marcos Pontes em visita ao RCGI na USP

O Brasil está posicionado para liderar a  transição energética global. Com o hidrogênio verde, vamos revolucionar como produzimos e consumimos energia. Sou membro da Comissão Especial para Debate de Políticas Públicas sobre Hidrogênio Verde, no Senado Federal e tenho orgulho de participar desta iniciativa e evidenciar o grande potencial que esta tecnologia oferece.

O problema do aquecimento e das emissões de gases poluentes é global e diversos países vêm construindo, ao longo dos anos, políticas que desenvolvam fontes de energias naturais. E o hidrogênio é uma grande aposta! Ao contrário dos combustíveis fósseis, sua produção e uso não geram emissões de carbono, tornando-o uma opção ambientalmente amigável. Anota aí! O Brasil é potencialmente um dos protagonistas no planeta em energias renováveis como o hidrogênio verde por ser abundante em seus recursos naturais e ter uma cultura de energia renovável.

Dados do Balanço Energético Nacional, de 2023, da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), mostram que o Brasil tem uma matriz elétrica de origem predominantemente renovável (solar, eólica, hidráulica e biomassa). As fontes renováveis representam 88% da oferta interna de eletricidade no Brasil.

O relatório completo você encontra aqui:   https://www.epe.gov.br/sites-pt/publicacoes-dados-abertos/publicacoes/PublicacoesArquivos/publicacao-748/topico-687/BEN2023.pdf

Essa semana, conversei com dois especialistas para entender mais sobre inovações e perspectivas ligadas ao hidrogênio verde. Convidei para o  AstroPontesPodcast Roberto Braun, presidente da Fundação Toyota e o professor Emílio Carlos Nelli Silva, da USP, para um bate-papo comigo no estúdio.

Hidrogênio Verde e fontes renováveis de energia

Uma curiosidade: o hidrogênio é classificado pelas cores conforme a fonte de energia utilizada em sua produção. Por exemplo, hidrogênio cinza é o hidrogênio produzido a partir de combustível fóssil, o azul é proveniente do gás natural, o preto e o marrom são do carvão e o verde é o feito a partir da eletrólise da água utilizando eletricidade natural para separar a água. Como a energia inicial depende de fonte renovável, eles entendem que este combustível vai proporcionar uma sociedade sem carbono.

O hidrogênio também usa o etanol como fonte renovável de energia que é verde e amarelo, conforme contou o professor Emilio. O Brasil terá a primeira planta-piloto do mundo que produzirá hidrogênio renovável a partir do etanol.

Infraestrutura

O hidrogênio é um gás inflamável e um dos desafios a ser enfrentado é a logística envolvendo a distribuição devido à falta de infraestrutura. Mas existem soluções inovadoras sendo testadas como a do REFORMADOR, a técnica da conversão do etanol em hidrogênio por meio do vapor em um reator. Essa técnica permite o transporte eficiente de etanol para regiões remotas, onde pode ser convertido em hidrogênio verde no local. Isso reduz os custos do transporte e minimiza os riscos associados.

Iniciativas

A Toyota, a Shell, a Raízen, a Universidade de São Paulo (USP), o Centro de Pesquisa para Inovação em Gases de Efeito Estufa (RCGI) e o Senai CETIQT são parceiros de um projeto que visa gerar hidrogênio a partir do etanol, que é derivado da cana-de-açúcar, para uso como fonte de energia limpa em veículos. No carro a hidrogênio, a emissão de carbono é zero porque a reação na célula sai H20 e solta elétrons para formar a corrente elétrica que vai abastecer o motor elétrico. Por isso, neste caso, é zero, conforme explicou Braun. O Brasil é o país perfeito para esse teste, pois foi vanguardista na produção de etanol.

Investimento

Como ministro, um grande desafio era conseguir investimento em pesquisa de desenvolvimento científico no país. Infelizmente, o investimento é baixo, somente 1.14% do PIB. Já outros países da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) investem, em média, 2.71%.

Para alcançar todo o potencial do hidrogênio verde é necessário um forte compromisso com a pesquisa, desenvolvimento e inovação. O Brasil tem muita gente talentosa e os recursos naturais necessários para orquestrar esse esforço. O ideal é chegar em um consenso de envolvimento entre o setor público e privado para impulsionar essa agenda. Mas o setor privado só vai investir se vir ali algum futuro.

Como senador, me comprometi a promover políticas públicas de incentivo ao desenvolvimento do hidrogênio verde, no Brasil. A transição para a economia verde impulsiona o crescimento econômico, a criação de empregos, protege o meio ambiente e garante um futuro sustentável para as gerações futuras, nossos filhos e netos.

O nosso país tem capacidade de moldar o futuro da energia e desempenhar um importante papel na luta contra os efeitos negativos das mudanças climáticas. Estamos em um momento importante para o Brasil. Estou otimista e disposto a criar um mundo mais verde e sustentável para todos.

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** Marcos Pontes é mestre em Engenharia de Sistemas e o primeiro astronauta profissional a representar oficialmente um país do hemisfério sul no espaço. Foi ministro das Comunicações (2019-2020) e da Ciência, Tecnologia e Inovações (2020-2022). Atualmente é senador da República por São Paulo, cargo para o qual foi eleito com mais de 10,7 milhões de votos. Entusiasta do avanço das tecnologias de inteligência artificial, defende o desenvolvimento econômico e social do país por meio do conhecimento, da educação, da ciência, da tecnologia, da inovação e do empreendedorismo.

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