Grafeno
Foto: Agência UFC
Grafeno


Afinal, o que é Grafeno? Uma forma revolucionária do grafite, com propriedades incríveis: mais leve que outros elementos, possui menor densidade, é elástico, ultrafino, conduz eletricidade e é o material mais resistente que existe. A vantagem é que pode ser usado em praticamente tudo: eletrônica, roupas, indústria, medicina, construção e outros.

Esse material de variação do grafite é 200 vezes mais forte que o aço, mais resistente que o diamante, é o cristal mais fino e impermeável. É mais fino que uma folha de papel. Foi o primeiro material bidimensional isolado, em 2004. Façanha realizada pelos russos Andre Geim e Konstantin Novoselov resultando no Prêmio Nobel de Física, em 2010. Segundo o Comitê Nobel da Academia de Ciência da Suécia, o grafeno “supera consideravelmente em rapidez os transistores clássicos de silício, o que permitirá fabricar computadores mais eficazes”.

O grafeno possui características praticamente ilimitadas. Essa forma cristalina do carbono têm despertado o interesse de cientistas e da indústria de tecnologia devido às suas inúmeras possibilidades de aplicação, iniciando um próspero mercado que movimenta bilhões de dólares por ano.

A tecnologia promete revolucionar o mercado trazendo benefícios significativos para as empresas, além de agregar valor aos produtos.

Investir em grafeno é transformar o conhecimento em produtos e empregos

O Brasil tem uma vantagem significativa nisso. O país possui uma posição privilegiada nesse mercado. Nós somos o segundo maior produtor de grafeno do mundo, ficando atrás da China. É o terceiro em reservas, conforme dados do United States Geological Survey (USGS). A nossa produção é o dobro da dos Estados Unidos.

Criação do Programa InovaGrafeno
Foto: GovBr (2021)
Criação do Programa InovaGrafeno


Lembro que estive na inauguração da primeira fábrica de produção de grafeno em escala mundial, da América do Sul, com o Presidente Jair Bolsonaro, em 2021. Naquele dia, como Ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação, assinei a portaria que instituiu o programa Inova Grafeno com parceria da Universidade de Caxias do Sul e o FINEP para aplicações em tratamentos de medicina, no valor de R$ 1.8 milhão.

Durante o evento, o Presidente Bolsonaro disse que "temos uma pátria abençoada. Voltando à tabela periódica, temos toda ela aqui no Brasil. Inclusive naquilo que é raro… temos o Nióbio, que casado com grafeno, realmente vai revolucionar o destino da humanidade".

Esse é um produto de tecnologia brasileira, viável para a indústria e capaz de gerar renda e emprego para a nossa sociedade. Naquele ano, eu e o presidente visitamos a planta produtiva de grafeno da UCSGRAPHENE, o maior parque de produção em escala industrial da matéria-prima na América Latina, em operação desde março de 2020, que faz parte do parque de inovação da Universidade de Caxias do Sul (UCS). Bolsonaro assinou o decreto que instituiu a Política de Ciência, Tecnologia e Inovação em Materiais Avançados, política criada para orientar ações de fomento e desenvolvimento para aplicação nas cadeias de valor, aumentando assim, a competitividade nacional.

Com a inauguração da fábrica, o país demonstra a sua capacidade de produção deste material em larga escala e com a garantia de investimento do decreto o grafeno pode impulsionar o Brasil no índice de competitividade internacional. Essa sua ilimitada possibilidade de aplicações vão gerar empregos e atrair investimentos estrangeiros e consolidar o Brasil como o país inovador líder no cenário global.

O Brasil está pronto para decolagem

Além dos investimentos em pesquisa, o grafeno é uma matéria-prima abundante no Brasil. Nossas reservas naturais chegam a 45% do total mundial, isso é um grande diferencial competitivo, uma grande vantagem econômica. Sua produção é barata, mas sua qualidade é maior que a do plástico, por exemplo.

A gente tem uma universidade que produz conhecimento e transforma esse conhecimento em produtos e empregos. Precisamos valorizar o empreendedorismo e a convergência entre a indústria e as universidades para alavancar o crescimento do negócio. Suas aplicações tecnológicas são vastas, porém limitadas pela capacidade de produção desse material em larga escala.

O grafeno representa um horizonte promissor para a indústria tecnológica, o empreendedorismo e a ciência brasileira. Essa tecnologia vai transformar os mercados e os produtos existentes gerando benefícios para o Brasil. Estamos em posição de destaque nesse mercado e devemos agarrar essa oportunidade. Ao investir em grafeno, o Brasil não apenas transforma conhecimento em produtos e empregos, mas também fortalece sua posição como um centro de inovação e tecnologia de ponta, preparando-se para liderar o futuro.

Conversei com Hugo Sousa, direitor da Zextec, no meu podcast sobre isso. Vale a pena assistir no canal  youtube.com/@astropontes


** Marcos Pontes é mestre em Engenharia de Sistemas e o primeiro astronauta profissional a representar oficialmente um país do hemisfério sul no espaço. Foi ministro das Comunicações (2019-2020) e da Ciência, Tecnologia e Inovações (2020-2022). Atualmente é senador da República por São Paulo, cargo para o qual foi eleito com mais de 10,7 milhões de votos. Entusiasta do avanço das tecnologias de inteligência artificial, defende o desenvolvimento econômico e social do país por meio do conhecimento, da educação, da ciência, da tecnologia, da inovação e do empreendedorismo.

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