Senador Astronauta Marcos Pontes (PL/SP) na Comissão Temporária Externa para acompanhar as  atividades relativas ao enfrentamento da calamidade que atingiu o Rio Grande do Sul (CTERS).
Foto: Roque de Sá / Agência Senado
Senador Astronauta Marcos Pontes (PL/SP) na Comissão Temporária Externa para acompanhar as atividades relativas ao enfrentamento da calamidade que atingiu o Rio Grande do Sul (CTERS).


Estou inconformado por perdermos vidas. Todos os anos, pela mesma razão, nas
mesmas regiões, perdemos parte da população nos deslizamentos de terras,
enchentes e pelas fortes chuvas. Mas isso é inaceitável! Mas, mais inaceitável ainda é deixar acontecer de novo. Dados do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (CEMADEN) mostram que, em 2023, o Brasil registrou recordes de desastres naturais com mais de mil ocorrências. Normalmente, quem sofre é a população vulnerável que mora em áreas de risco.

Sobre o Plano de Gestão de Riscos (PL 5002/2023)

Eu trabalhei por 30 anos com prevenção e gerenciamento de riscos e afirmo que precisamos parar de pensar somente na recuperação. Temos que agir com antecedência. Essa minha experiência, além dos fatídicos acontecimentos climáticos do ano passado, incentivou a criação de um projeto de lei (5002/2023) de minha autoria em conjunto do Cemaden e da Defesa Civil para a elaboração de um Plano de Gerenciamento de Riscos completo. O objetivo do plano é eliminar essa repetição anual de desastres envolvendo as mesmas áreas de risco e salvar vidas. Esses locais, geralmente, faltam infraestrutura adequada e sistemas de contenção.

Gerenciamento de riscos é diferente de prevenção de acidentes. A gestão de riscos é uma atividade ampla, que inclui análise de probabilidades, classificação de riscos e ações concretas eficazes como a prevenção de acidentes. É crucial haver planos de prevenção, preparação, resposta e recuperação. Esse projeto difere das demais leis de prevenção existentes porque engloba as etapas anteriores que poderiam prevenir desastres. Mais importante ainda é que a aprovação seja rápida, a fim de evitar que esqueçam das lições aprendidas com a situação do  Rio Grande do Sul. Esse projeto é importante porque traz um gerenciamento técnico e bem-feito dos riscos para evitar a recorrência de desastres.

Mas é preciso encarar toda a situação de forma técnica e pragmática. Para que tudo dê certo, é preciso haver uma preparação organizada das autoridades, incluindo avisos antecipados pelo Cemaden e a implementação de planos de resposta emergencial.
Proteger as vidas das pessoas deve ser prioridade!

Viagem da Comissão do Senado ao Rio Grande do Sul

A recuperação da infraestrutura do estado terá um longo processo. Sou um dos
integrantes da Comissão Externa do RS destinada a acompanhar a crise provocada pelas fortes chuvas, no Senado, e vamos realizar duas audiências públicas ouvindo especialistas e cientistas para planejar de forma eficaz as próximas ações emergenciais. Uma das audiências vai tratar da questão do resgate, salvamento, saúde e limpeza do território. A outra vai focar na recuperação econômica, infraestrutural e produtiva das cidades, com destaque para ações voltadas às empresas e ao agronegócio. Um país que não cuida das empresas está fadado ao insucesso!

Na quinta-feira (23/05/24), eu e os demais senadores integrantes da Comissão
viajamos para o Rio Grande do Sul onde visitamos o Hospital de Campanha de São Leopoldo e o maior abrigo do estado que fica em Canoas. Além disso, tivemos uma reunião com o governador Eduardo Leite. Lá, pudemos avaliar de perto a situação de emergência da região. A viagem foi produtiva ao mesmo tempo que muito triste. Tenho um carinho enorme pelo local, morei 5 anos em Santa Maria. Ali casei e meu primeiro filho nasceu. As condições são muito precárias. Mas ressalto aqui o esforço das prefeituras e entidades não-governamentais para atender cerca de 170 mil pessoas necessitadas. Participamos de uma entrega de doações, foi um momento emocionante! Apesar das chuvas incessantes, pudemos ver a esperança retornar aos rostos das crianças. O governador destacou a importância dos planos de contingência e afirmou que já estavam em vigor no estado. O número de mortes seria maior se não fosse isso. 

Senador Astronauta Marcos Pontes (PL/SP) e Senador Hamilton Mourão (Republicanos/RS) durante  diligência da Comissão Externa do Rio Grande do Sul (CTERS).
Foto: Daniel Marques
Senador Astronauta Marcos Pontes (PL/SP) e Senador Hamilton Mourão (Republicanos/RS) durante diligência da Comissão Externa do Rio Grande do Sul (CTERS).


Uma solução técnica é o projeto de lei (5002/2023) que pode resolver essa problemática brasileira, mas depende de aprovação para garantir o rápido suporte ao povo e proteger a população de desastres futuros. A vida humana não tem preço, e cada ação deve ser direcionada a fim de preservá-la!

Quer apoiar as vítimas das fortes chuvas do Rio Grande do Sul?

A Fundação Astropontes está arrecadando donativos (agasalhos e produtos de
higiene) para os refugiados climáticos do RS.
Mais informações (14) 99760-1403 ou acesse o site  www.astropontes.org.br

** Marcos Pontes é mestre em Engenharia de Sistemas e o primeiro astronauta profissional a representar oficialmente um país do hemisfério sul no espaço. Foi ministro das Comunicações (2019-2020) e da Ciência, Tecnologia e Inovações (2020-2022). Atualmente é senador da República por São Paulo, cargo para o qual foi eleito com mais de 10,7 milhões de votos. Entusiasta do avanço das tecnologias de inteligência artificial, defende o desenvolvimento econômico e social do país por meio do conhecimento, da educação, da ciência, da tecnologia, da inovação e do empreendedorismo.

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