Senador Astronauta Marcos Pontes durante o Mutirão de Cirurgia Vasculares da Sociedade Brasileira de Angiologia e de Cirurgia Vascular (SBACV) com o Dr. Ronald Flumignan, Médico Cirurgião Vascular, Diretor da SBACV e Dr. Armando Lobato, Presidente Nacional da SBACV
Foto: Rafael Schultz
Senador Astronauta Marcos Pontes durante o Mutirão de Cirurgia Vasculares da Sociedade Brasileira de Angiologia e de Cirurgia Vascular (SBACV) com o Dr. Ronald Flumignan, Médico Cirurgião Vascular, Diretor da SBACV e Dr. Armando Lobato, Presidente Nacional da SBACV


Essa semana, estive com o Dr. Ronald Flumignan, Médico Cirurgião Vascular, Diretor da Sociedade Brasileira de Angiologia e de Cirurgia Vascular (SBACV), no meu Podcast, o Astropontes Podcast, e conversamos sobre os problemas de saúde causados pelas  varizes. Uma questão que me chamou a atenção foi a informação que a má circulação é um dos grandes problemas de afastamento do trabalho.

Aproximadamente, 35% da população brasileira é afetada pelas varizes. Algumas profissões têm como características ficar muito tempo em pé ou sentado: professores, enfermeiros, vendedores e outros, causando dor, inchaço e aquela sensação de peso nas pernas. E, assim como a dor nas costas, as varizes são doenças ocupacionais. Mas a gente não presta atenção nelas. As varizes são veias dilatadas e tortuosas nas pernas, pés ou coxas que surgem devido a fatores genéticos, alterações hormonais, uso de pílulas anticoncepcionais, tabagismo, excesso de peso e estilo de vida sedentário. Quando há maior circulação sanguínea, a pressão nas veias das pernas aumenta.

O afastamento do trabalho devido a varizes é um problema crescente no Brasil. As varizes podem ser consideradas como uma doença ocupacional quando estão diretamente relacionadas às atividades laborais, quando as funções exercidas afetam  plenamente seu desenvolvimento ou agravamento, causando um impacto significativo na qualidade de vida e no trabalho. E em situações mais graves, onde a condição se torna incapacitante. Em média, 269 trabalhadores se afastam diariamente do trabalho devido a doenças ocupacionais. 

Esse afastamento não é um problema só do trabalhador, mas afeta diretamente as empresas com a perda de produtividade e aumento de custos relacionados às substituições, por exemplo. 

Para evitar o agravamento das varizes e possíveis afastamentos, é importante se organizar e implementar algumas práticas: 

Movimentação Regular: pausas ao longo do dia com pequenas caminhadas e alongas as pernas; 

Atividade Física: rotina de exercícios para melhorar a circulação;

Alimentação balanceada: alimentação colorida e beber muita água;

Postura correta: ao sentar ou ficar em pé, manter uma boa postura 

Meias de compressão: o uso das meias de compressão ajudam longos períodos em pé ou sentado, por exemplo, em viagens de longa distância.

Se não tratadas, as varizes podem evoluir para problemas mais sérios como inflamações, hemorragias, úlceras, tromboses e até o AVC. Em casos de veias dilatadas e salientes nas pernas, especialmente se apresentarem coloração azulada ou arroxeada; ao sentir dor intensa ou desconforto nas pernas, após longos períodos em pé ou sentado; se houver inchaço persistente nas pernas e pés; em casos de cãibras frequentes, formigamento ou sensação de peso nas pernas e se notar feridas que demoram a cicatrizar ou mudanças no cor da pele das pernas, procure um angiologista ou cirurgião vascular para evitar complicações mais graves. Em alguns casos, já existe o diagnóstico de varizes e a necessidade cirúrgica. 

Recentemente, eu tive a oportunidade de acompanhar o mutirão de cirurgia de varizes, organizado pela SBACV no Hospital São Paulo nos dias 09 e 10 de novembro. Um grupo de médicos renomados se juntou para realizar cirurgias vasculares em pacientes que já aguardavam na fila do Sistema Único de Saúde (SUS). Centenas de pessoas foram beneficiadas com técnicas cirúrgicas modernas, das quais não têm cobertura pelo SUS, mas foram possibilitadas por meio de uma emenda parlamentar destinada por mim. Pacientes do SUS aguardam até 6 anos pelas cirurgias. Como Senador, faço questão de colocar recursos para a saúde, a fim de melhorar a qualidade de vida da população.

Essas novas técnicas cirúrgicas realizadas pela SBACV são técnicas modernas nacionais de última geração, menos invasivas, que permitem que o paciente tenha uma rápida e melhor recuperação. 

Uma delas é o laser transdérmico, uma significativa inovação no tratamento de varizes. A técnica consiste na utilização de um feixe de luz que atravessa a pele para atingir as veias afetadas, aquecendo essas veias varicosas, causando sua coagulação e fechamento, o que permite que o corpo reabsorva o tecido da veia ao longo do tempo. É uma tecnologia que atua com mais precisão no tratamento, evitando danos aos tecidos. A recuperação é rápida, permitindo que os pacientes retomem suas atividades normais logo após o procedimento. Esteticamente falando, a técnica é superior à  aparência da pele. Por ser menos doloroso e com menor risco de complicações em comparação com cirurgias tradicionais, o laser transdérmico tem se tornado uma escolha popular entre pacientes e profissionais de saúde.

Mas existem outras técnicas modernas. A Radiofrequência é uma técnica que utiliza a energia de radiofrequência para aquecer e fechar a veia afetada. E a Escleroterapia, que utiliza uma solução química diretamente na veia afetada, a fim de levar a formação de um coágulo até o fechamento da veia quando o sangue é redirecionado para outras veias saudáveis.

As varizes, quando subestimadas, podem levar a problemas sério de saúde. É preciso adotar medidas preventivas para minimizar os impactos dessa condição na vida pessoal e profissional das pessoas. Cuidar da saúde vascular é de extrema importância para garantir a qualidade de vida e evitar futuras complicações graves. Fique atento  aos sinais do corpo e busque orientação médica sempre que necessário. O poder público tem um papel crucial nesse processo, que é investir em políticas públicas que ampliem o acesso ao diagnóstico, tratamentos modernos e ações de prevenção e cuidado. A gente pode fazer muita coisa no Brasil. Nosso país tem um potencial enorme para realizar grandes avanços nessa área, como o uso de tecnologias modernas desenvolvidas nacionalmente, unindo ciência, inovação e saúde para transformar a vida das pessoas.

** Marcos Pontes é mestre em Engenharia de Sistemas e o primeiro astronauta profissional a representar oficialmente um país do hemisfério sul no espaço. Foi ministro das Comunicações (2019-2020) e da Ciência, Tecnologia e Inovações (2020-2022). Atualmente é senador da República por São Paulo, cargo para o qual foi eleito com mais de 10,7 milhões de votos. Entusiasta do avanço das tecnologias de inteligência artificial, defende o desenvolvimento econômico e social do país por meio do conhecimento, da educação, da ciência, da tecnologia, da inovação e do empreendedorismo.

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