Nos últimos anos, a  Inteligência Artificial (IA) tem se tornado uma força transformadora em diversos setores da economia, impulsionando a eficiência e a inovação. Uma faceta particularmente intrigante desse avanço tecnológico é a Inteligência Artificial Generativa (IA-G), que tem o potencial de impactar significativamente a força de trabalho global. McKinsey, uma das principais empresas de consultoria do mundo, sugere que a IA-G está posicionada para melhorar o desempenho em áreas como vendas, marketing, operações de atendimento ao cliente, desenvolvimento de software e muito mais. Além disso, prevê-se que a IA-G possa adicionar até US$ 4,4 trilhões anualmente à economia global, em setores que variam desde a indústria bancária até as ciências da vida.

Uma das características marcantes da IA-G é a sua capacidade de auxiliar praticamente qualquer pessoa em suas funções profissionais. No entanto, essa mesma versatilidade apresenta desafios substanciais. McKinsey estima que a IA-G e outras tecnologias têm o potencial de automatizar até 70% das atividades de trabalho que consomem o tempo dos funcionários atualmente. Esse fenômeno ocorre, em grande parte, devido à habilidade da IA-G em prever os padrões encontrados na linguagem natural. Isso implica que a IA-G terá um impacto mais significativo no trabalho baseado no conhecimento associado a ocupações que requerem salários mais altos e maiores níveis de qualificação educacional. É importante destacar que essa transformação provavelmente ocorrerá rapidamente, uma vez que McKinsey estima que metade das atividades de trabalho de hoje poderão ser automatizadas entre 2030 e 2060, o que é aproximadamente uma década mais cedo do que as estimativas anteriores.

Essas mudanças iminentes terão repercussões significativas no mercado de trabalho. A IA-G tem o potencial de impulsionar o crescimento da produtividade laboral em até 0,6% anualmente até 2040, mas isso dependerá da rapidez com que as organizações conseguirem adotar a tecnologia e realocar eficazmente o tempo dos trabalhadores. Os funcionários cujas habilidades estão em risco de automação precisarão de apoio para aprender novas competências, e alguns deles precisarão de auxílio na transição para ocupações diferentes.

Essa transição no mercado de trabalho trará desafios, mas também oportunidades. A IA-G não está necessariamente destinada a substituir completamente os seres humanos; em vez disso, ela pode aprimorar suas capacidades e permitir que eles se concentrem em tarefas mais criativas e estratégicas. Isso exige uma mudança na mentalidade, onde as empresas e os governos devem investir em programas de reciclagem e educação para ajudar os trabalhadores a se adaptarem a essa nova realidade.

Além disso, a IA-G pode ser uma aliada valiosa em setores onde a demanda por trabalho é alta, mas a oferta de mão de obra é escassa. Em áreas como a medicina, a IA-G pode ampliar as capacidades dos profissionais de saúde, ajudando a prestar atendimento de maior qualidade.

No entanto, é crucial abordar as questões éticas que cercam a IA-G, incluindo preocupações sobre viés algorítmico, privacidade e segurança de dados. À medida que a IA-G desempenha um papel cada vez mais importante em nossa vida profissional e pessoal, a regulamentação e a supervisão cuidadosas são essenciais para garantir que seus benefícios sejam distribuídos de maneira justa e responsável.

Em resumo, a ascensão da Inteligência Artificial Generativa promete mudar fundamentalmente a natureza do trabalho. Embora traga consigo o potencial de aumentar a eficiência e a produtividade, também apresenta desafios significativos para os trabalhadores cujas funções estão em risco de automação. No entanto, com a abordagem certa, a IA-G pode ser uma força positiva na evolução do mercado de trabalho, capacitando as pessoas a se adaptarem e a se concentrarem em atividades que agregam valor de maneira única.

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Muzy Jorge, MSc.

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