Cientistas estudam como remover radiação do espaço após ataque nuclear
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Cientistas estudam como remover radiação do espaço após ataque nuclear

Pesquisadores dos EUA estão estudando uma forma de “limpar” uma região do espaço conhecida como Cinturão de Van Allen de elétrons altamente energéticos, produzidos por uma eventual explosão nuclear em órbita.

Estes elétrons, presos pelo campo magnético da Terra, poderiam “fritar” computadores de bordo e painéis solares de satélites e espaçonaves, destruindo parte vital de nossa infraestrutura de telecomunicações.

Nosso planeta tem um mecanismo “natural” de limpeza: radiação eletromagnética, produzida naturalmente por tempestades em nosso planeta ou por sistemas de rádio, pode “empurrar” elétrons de alta energia para o topo da atmosfera, onde rapidamente dispersam energia gerando fenômenos como as auroras.

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Embora tal mecanismo funcione bem sob condições normais, não seria o suficiente para lidar com a quantidade de elétrons produzidos por uma bomba atômica. Uma das ideias é bombardear o Cinturão de Van Allen com ondas de rádio de frequência muito baixa (VLF), reproduzindo em maior escala o fenômeno natural. Esta é a missão da DSX Dipole Antenna, operada pela Força Aérea dos EUA. Lançada em 2019, ela emite ondas VLF e usa seus sensores a bordo para medir a precipitação de elétrons.

Um segundo experimento, planejado para abril de 2021, é o Beam Plasma Interactions Experiment, um acelerador de elétrons que produziria ondas VLF capazes de “varrer” as partículas de forma mais eficiente do que uma antena como a DSX, dizem os engenheiros.

Um terceiro experimento visa usar a própria atmosfera para gerar “turbulência” que removeria os elétrons. O Laboratório de Pesquisa Naval dos EUA pretende lançar em 2021 um foguete-sonda que irá dispersar na atmosfera 1,5 kg de átomos de bário. Ionizado pela luz do sol, a substância criaria um “anel” de plasma que emite ondas de rádio. É essencialmente uma versão espacial do magnétron que produz as micro-ondas dentro de seu forno de micro-ondas.

As missões devem ajudar a determinar qual sistema RBR é mais viável, embora uma versão operacional ainda possa demorar anos. Mas qualquer que seja a tecnologia, ela pode trazer riscos. Uma “faxina” espacial em grande escala pode despejar tanta energia na atmosfera superior quanto as tempestades geomagnéticas causadas por ocasionais erupções solares. Como elas, isso poderia atrapalhar a navegação e a comunicação de aviões, por exemplo. E geraria montes de óxidos de nitrogênio e hidrogênio, que poderiam corroer a camada de ozônio na estratosfera. "Não sabemos quão grande seria o efeito", diz Allison Jaynes, física espacial da Universidade de Iowa.

Fonte: Science

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