Um dos recursos que mais chamou a atenção do público durante o anúncio do Galaxy S20 Ultra na terça-feira (11) foi o zoom da câmera . A Samsung apresentou uma função chamada “Space Zoom”, que é capaz de alcançar um zoom de até 100x, o que é inédito no mundo dos smartphones .
Quando falamos em zoom de 100x , normalmente estamos falando de lentes com capacidade de um telescópio; não à toa, o nome do recurso é “zoom espacial”. Não é algo que se espera de um celular, que precisa lidar com toda uma restrição de espaço no corpo do aparelho para abrigar lentes e sensores . Então, qual é a bruxaria usada pela Samsung para chegar a esse número?
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Primeiro, é importante notar que o Galaxy S20 Ultra possui um mecanismo raro em smartphones . Trata-se de um jogo de lentes “estilo periscópio”, introduzido com o P30 Pro, da Huawei , que permite mais espaço para as lentes, proporcionando um zoom óptico sem perdas de 4x ligado ao sensor de 48 megapixels. O esquema é necessário porque smartphones contam hoje com um corpo ultrafino, e para alcançar níveis de zoom mais profundos, é necessário aumentar o espaço entre as lentes.
Em um espaço fechado, apertado e imóvel como um corpo de celular, a solução é fazer com que as lentes fiquem perpendiculares ao corpo do smartphone , o que dá muito mais espaço para a fabricante. Em vez de capturar a luz diretamente, o sensor recebe a luz refletida em 90 graus por meio de um prisma, mas o usuário acaba não percebendo nada diferente.
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O zoom de 100x do celular da Samsung é o que se chama de zoom híbrido , o que significa que ele combina elementos ópticos , como explicado acima, e digitais , que serão tratados mais a seguir. Com o zoom óptico de 4x, coube ao software realizar a função de aproximar as outras 25x.
A Samsung diz que seu celular é capaz de alcançar um zoom híbrido de 10x sem qualquer perda de qualidade, o que já é um começo, mas não chega a ser novidade. Para isso, o celular utiliza um sistema chamado de “pixel binning”, que serve para mitigar a perda de qualidade natural do zoom digital. Na prática, o aparelho é capaz de agrupar vários pixels em um só , de forma a receber o máximo de luz possível, o que ajuda a preservar detalhes e melhorar a qualidade geral da foto, resultando em um zoom com menor perda de qualidade.
O processo para chegar a 100x não é muito diferente, mas dessa vez a Samsung assume que há alguma perda de qualidade no processo, o que é natural, já que a única forma de alcançar esse resultado perfeito seria necessário um equipamento muito maior, impossível em um smartphone . No entanto, para alcançar a marca das centenas com uma qualidade alta o suficiente para que os elementos da foto não fossem apenas um borrão, a Samsung precisou de um pouco de criatividade.
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Neste ponto, ajudou o fato de a empresa ter uma configuração de câmera quádrupla na parte traseira, incluindo um sensor de 108 megapixels . A empresa utiliza dois sensores, o de 48 MP e o de 108 MP, para permitir que o celular capture o máximo de informação visual possível na hora do clique. Com mais detalhes, fica por conta do software , que condensa tudo isso na foto de forma que ela ainda faça sentido, mesmo quando a imagem é tão aproximada.
O processo não é muito diferente do que a Huawei apresentou quando revelou ao mundo o P30 Pro , que combinava um zoom óptico potente , com um processamento de imagem forte utilizando múltiplos sensores em conjunto para obter um resultado melhor com um zoom híbrido de 50x. A tendência é que mais celulares tragam essa tecnologia ao longo dos próximos tempos.