Com vendas fortes na China, a Huawei alcançou o topo na lista de maiores fabricantes de smartphones do mundo no segundo trimestre do ano. Foram 55,8 milhões de aparelhos comercializados, queda de 5% em relação ao mesmo período de 2019, mas o suficiente para destronar a sul-coreana Samsung , que viu suas vendas despencarem 30%, para 53,7 milhões de unidades, segundo dados da consultoria Canalys.
É a primeira vez em nove anos que a liderança do mercado sai das mãos da dupla Apple e Samsung. De acordo com a Canalys, essa virada era imprevisível meses atrás e só aconteceu por causa da pandemia de Covid-19.
Alvo de restrições impostas pelo governo dos Estados Unidos, a Huawei viu suas vendas diminuírem 27% no exterior, mas com o mercado doméstico já em plena recuperação, viu as vendas na China crescerem 8%. Agora, o mercado chinês responde por 72% das vendas da Huawei.
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Por sua vez, a Samsung
tem menos de 1% de participação no mercado de smartphones
na China, afirmou o analista sênior da Canalys Ben Stanton. A gigante sul-coreana tem forte presença em países que ainda sofrem com as consequências da pandemia, como Brasil, Índia e Estados Unidos.
"Este é um resultado marcante que poucas pessoas poderiam prever um ano atrás", afirmou Stanton. "Se não fosse a Covid-19, não aconteceria. A Huawei se aproveitou da recuperação da economia chinesa para reiniciar seu negócio de smartphones".
Contudo, a liderança não deve se manter no longo prazo. Por causa de restrições impostas por Washington, seus aparelhos não poderão mais utilizar software e hardware americanos, incluindo serviços populares oferecidos pelo Google
.
No mercado doméstico, essas restrições pouco importam, pois o mercado é dominado por software chineses. O Google, por exemplo, não opera na China. Mas em outros países a ausência dessas aplicações pode ser determinante na escolha dos consumidores.
"Assumir o primeiro lugar é muito importante para a Huawei
, para mostrar a força de sua marca para consumidores, fornecedores de componentes e desenvolvedores domésticos", afirmou o analista da Canalys Mo Jia. "Mas será difícil para a Huawei manter a liderança no longo prazo. Só a força na China não será suficiente para sustentar a empresa no topo quando a economia global começar a se recuperar".