Uma nova moda entre alguns usuários do TikTok
tem causado desconforto ao redor do mundo: vídeos onde pessoas fingem ser vítimas do Holocausto
têm se multiplicado na rede. A ação abre caminho para que sobreviventes e suas famílias sintam-se ofendidos, assim como ofende a memória das vítimas. A direção do museu de Auschwitz
, na Polônia, definiu a onda como “dolorosa e ofensiva”, em comunicado publicado no Twitter
nesta semana.
Nos vídeos de curta duração, usuários, normalmente adolescentes, aparecem com maquiagens que imitam hematomas, além de roupas que fazem lembrar o uniforme que era usado pelos judeus nos campos de concentração. Ao fundo, músicas do gênero pop ou uma trilha sonora com efeitos de tiros fazem parte da “imitação”.
Hoje, o museu de Auschwitz está localizado em um antigo campo de concentração, onde estima-se que um milhão de vidas foram ceifadas por nazistas. O espaço dedicado à memória da vítimas afirmou que a nova moda do TikTok está além do limite das banalizações da história. A direção do museu também ressaltou que cada trajetória vivida entre as paredes do espaço é extremamente trágica, dolorosa e emocionante.
Você viu?
Ainda no comunicado, o museu destaca que alguns dos vídeos não foram criados com o intuito de homenagear as vítimas ou honrar suas memórias, mas apenas para inserir usuários em uma nova moda de uma rede social .
De qualquer maneira, como forma de pregar a paz, o comunicado do museu de Auschwitz também fala que os vídeos nasceram da “motivação de algumas pessoas em encontrar formas de expressar memórias pessoais”. Segundo a direção do local, para isto, muitos usaram as linguagens simbólicas que lhes eram familiares.
No entanto, a orientação por parte do museu é que não se deve envergonhar quem participou da moda, mas sim tornar o triste incidente em um “desafio educacional”. Cabe ainda lembrar que várias pessoas em outras redes sociais definiram como “desrespeitosa” e “perturbadora” a nova onda de vídeos do TikTok .
O que diz o TikTok
Apesar de não ter se pronunciado sobre o assunto, a rede social postou em seu blog, no dia 20 de agosto, que é totalmente contra qualquer discurso de ódio, seja ele com o objetivo de “atacar, ameaçar, incitar a violência ou desumanizar um indivíduo ou grupo”. Também falou que usar como base “raça, religião, gênero, identidade de gênero e nacionalidade” para estas abordagens não justifica qualquer incitação ofensiva.
Na publicação, o TikTok também afirmou trabalhar de maneira proativa para impedir a disseminação do ódio e de grupos extremistas dentro da rede.