A Comissão de Oportunidades Iguais de Emprego (EEOC, na sigla em inglês) dos Estados Unidos deu início a uma investigação contra o Facebook , sob a suspeita de que a empresa de Mark Zuckerberg possui viés racista em diversos processos de contratação.
A comissão investigava o Facebook nesse sentido desde o ano passado. Agora, a Reuters relatou na última sexta-feira (5) que a apuração teria tomado uma proporção maior, e a agência está analisando a aplicação de práticas discriminatórias em outros processos internos, como o de promoção de funcionários.
Desse modo, a investigação caracterizaria uma discriminação “sistêmica” nas políticas da companhia. A EEOC possui uma política que permite a colaboradores abrirem reclamações formais contra seus empregadores, geralmente solucionadas por meio de mediação ou, se for algo mais grave, de uma forma que os reclamantes possam entrar individualmente com um processo contra empregadores.
Nesse caso, como a queixa entrou em uma classificação de “sistêmica”, a investigação passa a englobar necessariamente especialistas como parte da análise, a fim de endereçar dados da empresa com mais detalhes. Em último caso, a investigação pode levar a uma ação coletiva, e englobar classes de trabalhadores e não apenas indivíduos.
Sobre o caso
A investigação da EEOC entrou em curso após uma reclamação formal do funcionário Oscar Veneszee Jr., que entrou com a denúncia à agência, afirmando que o Facebook não dá aos colaboradores negros oportunidades iguais de crescimento na carreira.
“Nós temos um problema com negros”, disse ele, em entrevista à NPR . Veneszee ocupa o cargo de gerente de parcerias estratégicas para diversidade. É parte do trabalho dele selecionar e contratar pessoas com perfis diversos, em linha com iniciativas de diversidade do Facebook.
Ainda na entrevista à NPR , Veneszee afirma que foram estabelecidas metas para aumentar a diversidade na empresa, mas que “falhamos em criar uma cultura interna que encontre, cresça e mantenha negros na empresa”.
A queixa, feita inicialmente em julho passado, foi assinada por outros dois funcionários e outro candidato. Na reclamação, Veneszee alega que colaboradores negros e também possíveis candidatos são discriminados “em contratações, avaliações, promoções e pagamentos”, o que resultaria também na criação de um “ambiente de trabalho hostil”.
A EEOC ainda está investigando o caso e não entrou formalmente com um processo acusatório contra a empresa. O porta-voz do Facebook , Andy Stone, mantém o posicionamento – dado à NPR em julho e reafirmado à Reuters agora em março -, que “levamos a sério qualquer alegação de discriminação e investigamos todos os casos”.