O Facebook deve anunciar nesta sexta-feira (4) um conjunto de ações que trará uma maior rigidez da plataforma no trato com líderes políticos que violem as regras de discurso de ódio da rede social
. A ação representa uma guinada na posição da empresa, que costumava ser bastante flexível em relação a esse tema com figuras poderosas, como era o caso de Donald Trump no período em que ele esteve na presidência dos Estados Unidos.
Desde as eleições presidenciais dos EUA em 2016, a rede social de Mark Zuckerberg aplica uma espécie de teste ao discurso político, onde é ponderado que o caráter noticioso do conteúdo é mais relevante que o potencial danoso do discurso contido nele. Porém, a empresa deve descontinuar a primeira parte do teste e não considerar mais o valor notícia como um fator.
Contudo, o Facebook não tem a intenção de acabar totalmente com a exceção dada às notícias, porém, nos casos em que a ressalva for aplicada, a empresa passará a divulgar publicamente que uma exceção foi aplicada. Segundo o The Washington Post , o objetivo da decisão é tornar o sistema de bloqueio do Facebook para pessoas que violam suas regras mais transparentes.
Banimento de Trump
Os movimentos são parte de um conjunto de respostas que são esperadas pelo Conselho de Supervisão do Facebook , um órgão que, apesar de financiado pela empresa, tem uma grande independência. Entre as atribuições do órgão, está a decisão de restabelecer ou não a conta de Donald Trump na plataforma.
O republicano foi suspenso do Facebook em 6 de janeiro, por, de acordo com a empresa, ter incitado a violência durante a invasão de seus apoiadores ao Capitólio, sede do congresso dos Estados Unidos. Inicialmente, o Facebook determinou um banimento permanente de Trump
, porém, pouco depois, disse que a decisão deveria ser chancelada pelo órgão, que é composto por 20 membros.
Porém, em uma decisão inesperada, o conselho voltou a decisão para o Facebook , junto com um conjunto de recomendações às quais a companhia tinha trinta dias para responder, prazo que termina nesta sexta-feira (4). Procurado pelo The Washington Post , o porta-voz do Facebook, Jeff Gelman, não quis comentar o caso.