Poucos serviços digitais cresceram tanto durante a pandemia de Covid-19 quanto o Onlyfans. A plataforma de publicação de conteúdo (em sua maior parte, material adulto) viu sua receita crescer em mais de 553% em 2020, e desde sua criação, em 2016, já repassou mais de US$ 4,5 bilhões para os criadores de conteúdo. Porém, para continuar crescendo, irá apostar em uma nova plataforma de streaming – e sem nudez!
A OFTV conta com conteúdo original de mais de 100 criadores do OnlyFans, abordando temas como fitness, culinária, comédia, saúde, música e outros. O catálogo da plataforma de streaming conta com mais de 800 vídeos de canais como Cheri Fit, Yoga With Taz e Tennis Class with Adi.
"Desde o início do OnlyFans, temos sido uma plataforma para dar aos criadores mais autonomia e poder sobre seu conteúdo", disse Tim Stokely, fundador e CEO da OnlyFans, em um comunicado oficial. "Queremos dar aos criadores mais oportunidades de divulgar seu conteúdo e mais maneiras de nossa comunidade acessá-lo", completou.
Embora boa parte da base dos criadores da plataforma produza conteúdo erótico, a ausência desse tipo de material é uma das condições para que a OFTV possa ser disponibilizada como plataforma de streaming. O aplicativo pode ser baixado para Android, iOS, Apple TV, Roku, Fire TV da Amazon, Android TV e Samsung Smart TVs.
A empresa afirma ter mais de 130 milhões de usuários registrados e hospedar mais de 2 milhões de criadores em todo o mundo. Apesar do perfil voltado somente para adultos, algumas celebridades adotaram a plataforma como modo de oferecer conteúdo pago exclusivo para os fãs, como Bhad Bhabie, Cardi B, Jordyn Woods, Bella Thorne, Tyga, Amber Rose, Blac Chyna, Rubi Rose, Tana Mongeau e Trey Songz.
O OnlyFans cobra dos seus criadores 20% dos ganhos – comparativamente, o Patreon cobra entre 5 e 12%, enquanto o Cameo cobra 25%. Se a plataforma tivesse liberado o conteúdo erótico no OFTV, a "mordida" seria ainda maior: os criadores teriam que bancar 30% a mais de taxas da loja de aplicativos, além do corte de 20% da plataforma. Mas a OFTV, pelo menos por enquanto, servirá como vitrine para o conteúdo do OnlyFans que não é pornográfico.
O que é OnlyFans?
O OnlyFans foi fundado em 2016 pelo britânico Tim Stokely com o objetivo de ser "uma plataforma de mídia social onde criadores podem monetizar seu conteúdo e interagir diretamente com seus fãs". Na prática, os criadores cobram uma mensalidade para que as pessoas o sigam e podem vender mais conteúdos extras por uma quantia que é determinada por eles mesmos.
Esse sistema não é único ou exclusivo, existe uma série de plataformas de financiamento coletivo ou assinaturas mensais, como o americano Patreon e os brasileiros Padrin, Catarse e Apoia.se. No entanto, o OnlyFans, de certa forma, revolucionou os sistemas de assinatura, possibilitando aos criadores venderem seus conteúdos de forma mais incisiva.
Por ter nascido com a proposta de ser um ambiente quase sem censura, logo o site se tornou um local quase que exclusivo para venda de conteúdo erótico. Apesar disso, qualquer conteúdo podia ser produzido ali, como fotos, músicas, vídeos, textos e até transmissões ao vivo, com a monetização feita sempre pelos seguidores.
Ganhos milionários
No momento em que criam sua conta e têm o cadastro aprovado, os criadores de conteúdo decidem o preço de toda e qualquer coisa que é disponibilizada por eles, desde o valor mensal ou semanal da assinatura, passando por se haverá ou não níveis de acesso dados por diferentes valores, até itens e conteúdos exclusivos que são vendidos ou leiloados pela pessoa.
Por ser uma plataforma que se coloca como sem censura, desde que "todos os usuários estejam seguros, com tolerância zero para discriminação ou assédio", alguns conteúdos que podem ser considerados mais fortes são colocados à venda. Mas para ter acesso a eles, quem se interessa precisa pagar valores muito altos por isso.
Apesar de tanto a rede quanto seus criadores serem bastante reservados em relação aos valores praticados, o OnlyFans afirma que pelo menos 100 criadores já receberam mais de US$ 1 milhão (R$ 5,68 milhões) por conteúdos ofertados na plataforma.