Supernévoa | Entenda o fenômeno que causou acidentes em massa nos EUA
Fidel Forato
Supernévoa | Entenda o fenômeno que causou acidentes em massa nos EUA

Na segunda-feira (23), um acidente bastante atípico foi registrado nos Estados Unidos, envolvendo mais de 150 veículos, 25 feridos e pelo menos sete mortos. Segundo a polícia local, o engavetamento de trânsito e as batidas de carros foram provocados pela “supernévoa”, um fenômeno que envolve a mistura da neblina matinal com a fumaça dos incêndios da mata nativa na região.

O acidente em massa envolvendo a supernévoa foi registrado no estado da Luisiana, no sul dos EUA. Sendo ainda mais específico, o engavetamento ocorreu na interestadual 55, a 48 quilômetros da cidade de Nova Orleans.

O que é supernévoa?

Para definir o que é uma supernévoa, o Serviço Meteorológico Nacional (NWS) explica que o fenômeno se forma quando “uma mistura de fumaça e umidade liberada pelo material orgânico úmido e fumegante, como arbustos, folhas e árvores, se mistura com ar mais frio”. Nestes casos, a visibilidade é reduzida para menos de 3 metros, o que é extremamente perigoso para motoristas.

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Se o vento estiver fraco no dia, a estranha neblina deve se limitar a áreas de terreno baixo, como leitos de riachos ou valas de drenagem. No entanto, “a supernévoa pode ser muito perigosa quando ocorre em rodovias, e é a causa de grandes engavetamentos com vários veículos”, acrescenta. Este foi o recente caso dos EUA.

Antecedentes da supernévoa nos EUA

Observando os dados meteorológicos dos EUA, é possível entender quais fatores contribuíram para o acidente envolvendo mais de uma centena de veículos. Entre eles, está a umidade extremamente baixa do ar.

Hoje, mais de 86% do estado de Luisiana enfrenta condições de seca extrema, segundo o NWS. Para contribuir, grandes incêndios são registrados nesta temporada nos pântanos locais, o que cria o cenário perfeito” para casos de supernévoa durante o período da manhã — período em que normalmente a neblina comum já é observada.

Após o registro do fenômeno na rodovia, a Polícia Estadual da Luisiana contabiliza 158 carros, caminhões e outros veículos batidos. Devido ao acidente, alguns pegaram fogo, diminuindo ainda mais a visibilidade no local. Também foram 25 hospitalizados e sete mortes. Nos próximos dias, mais óbitos podem ser contabilizados, dependendo do desfecho dos quadros dos pacientes internados por causa do acidente automobilístico .

Inclusive, o serviço meteorológico local alerta para o risco de outros episódios de supernévoa ocorrerem na região, caso as queimadas não cessem, o que parece ser difícil com a baixa umidade no estado.

A seguir, veja imagens áreas do acidente provocado pela supernévoa nos EUA, quando a estranha neblina já tinha sido dissipado, o que ocorreu poucas horas depois do estrago:

Como dirigir na neblina “estranha”

Para evitar que acidentes do tipo se repitam, o NWS dá algumas orientações básicas para motoristas durante casos de supernévoa ou mesmo de neblina estranhamente densa na estrada, como:

  • Se a visibilidade cair, diminua a velocidade de forma sinalizada;
  • É preciso manter o seu veículo visível para outras pessoas a sua frente e atrás, o que pode ser feito com o uso de faróis baixos;
  • Lembre-se que o uso de faróis altos irá dificultar a visão dos outros motoristas;
  • Aumente a distância entre o seu veículo e os outros, o que poderá compensar paradas bruscas, sem acidentes.

Agora, se a visibilidade estiver próxima de zero, é recomendado estacionar em um local seguro assim que for possível, de preferência com o pisca-alerta ligado — ativado somente após a parada. Nesses casos, o NWS informa que a retomada da jornada só está liberada quando for possível enxergar a estrada novamente.



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