Uma das maiores críticas ao Capitão América, desde a sua criação, gira em torno da propaganda nacionalista, que tinha muito destaque quando o personagem servia de incentivo para os soldados estadunidenses na Segunda Guerra Mundial. Esse aspecto diminuiu ao longo das décadas, e, somente depois dos anos 1990, é que foi questionado e até mesmo revertido em comportamentos que diluíram muito o exagero. Mas, o que parecia superado retornou em uma nova HQ da Marvel Comics.
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“Mas o que diminuiu a propaganda nacionalista do Capitão América nos anos 1990?” Bem, a fase de Mark Waid e Ron Garney abordou Steve Rogers expulso dos Estados Unidos , injustamente acusado de traição. Foi aí que a trama revisou a motivação do herói, com sua diretriz primária em torno da liberdade dos cidadãos — e não exatamente sobre missões orientadas pela agenda do governo de seu país.
Ele não deixou de amar seu país e defender suas fronteiras, mas isso ficou relegado a um plano tão pequeno que, desde então, o Capitão América aparece muito mais como uma figura questionadora dos valores estadunidenses.
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Isso foi visto tanto na Guerra Civil e em outras sagas dos quadrinhos, e também na adaptação da mesma história no Universo Cinematográfico Marvel (MCU, na sigla em inglês); e, anteriormente, em Capitão América 2: O Soldado Invernal , Steve Rogers , basicamente, desafia diretrizes do governo estadunidense por colocar a liberdade dos cidadãos como prioridade.
E vale destacar que, no primeiro filme do Sentinela da Liberdade no MCU, Capitão América: O Primeiro Vingador , o próprio Steve Rogers teve que provar seu valor no exército estadunidense, para afastar a ideia de que ele servia, primordialmente, como garoto-propaganda do governo.
Sim, o Capitão América sempre será atrelado ao ufanismo, nacionalismo ou patriotismo estadunidense. Mas seu comportamento não alimenta isso de forma exagerada ou como principal motivação há décadas, inclusive em todas as animações, filmes, games e quadrinhos lançados nas últimas décadas.
O Capitão América Sam Wilson sempre foi até mais questionador , e esse assunto ganhou um papel central na série Falcão e o Soldado Invernal , no Disney+.
Como a Marvel trouxe isso de volta?
Embora o Capitão América tenha superado esse “ranço patriótico” desde a fase noventista de Mark Waid e Ron Garney, a crítica sempre se manteve — afinal, ele ainda é patriótico e ajuda o governo; e, claro, esse pensamento ecoa na mente de muitas pessoas, então, a Marvel também faz bem em manter a opinião de quem questiona as motivações do personagem atualmente.
Em Os Vingadores — The Avengers , Tony Stark sempre faz questão de lembrar que ele nasceu como um artifício do governo estadunidense: “tudo de especial sobre você saiu de uma garrafa”, disse o Homem de Ferro, referindo-se ao Soro do Supersoldado. E, em Capitão América: Guerra Civil , Stark e a SHIELD também pressionam Rogers com argumentos parecidos.
Atenção para spoilers de CapWolf e Howling Commandos #1!
Em CapWolf and the Howling Commandos #1 , lançado recentemente, a história ambientada na Segunda Guerra Mundial mostra Nick Fury colocando Rogers liderando sua equipe, chamada Howling Commandos. Assim como os soldados de Capitão América: O Primeiro Vingador , eles acham que o herói não passa de um golpe publicitário.
Um dos principais integrantes do grupo, Dum Dum Dugan, chega a dizer durante o voo da missão que somente Nick Fury deveria liderá-los, pois considera o Capitão América “um artifício com algumas habilidades especiais”.
Assim como aconteceu várias vezes nos quadrinhos e também no MCU, Rogers acaba provando que seu senso de justiça, sua coragem e resiliência, e, principalmente, sua busca incorruptível pela liberdade, são o que o tornam um verdadeiro herói.
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