Remanescente de supernova tem estrutura feita por campos magnéticos
Danielle Cassita
Remanescente de supernova tem estrutura feita por campos magnéticos

A NASA divulgou a primeira imagem de raios X polarizadas já feita de SN 1006, um remanescente de supernova. A imagem foi capturada pelo telescópio IXPE (Imaging X-ray Polarimetry Explorer), e vai ajudar os cientistas a entenderem a relação entre os campos magnéticos e as partículas energéticas liberadas por estrelas que chegaram ao fim dos seus ciclos.

As observações modernas deste remanescente revelaram uma estrutura dupla intrigante nele, bem diferente daquelas esféricas que cercavam outros remanescentes. Além disso, o SN 1006 tem bordas brilhantes em raios X e gama. Como está bem próximo da Terra e é luminoso em raios X, este é um ótimo objeto para estudos com o IXPE.

O novo estudo foi liderado por Ping Zhou, astrofísico da Universidade de Jiangsu, na China, e revelou que SN 1006 tem campos magnéticos turbulentos e organizados. Os cienistas suspeitavam que a estrutura única de SN 1006 está relacionada à orientação do seu campo magnético, e consideraram que as ondas da explosão da supernova poderiam se mover alinhadas ao campo magnético.

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Agora, os novos dados do IXPE validam estas teorias. “As propriedades de polarização obtidas das nossas análises espectrais-polarimétricas se alinham muito bem com os resultados de outros métodos e de observatórios de raios X, reforçando a confiabilidade do IXPE e suas capacidades”, disse o coautor Yi-Jung Yang.

Os pesquisadores explicam que os resultados indicam uma conexão entre os campos magnéticos e o fluxo energético do remanescente. Segundo os dados do IXPE, os campos estão desorganizados, mas ainda assim têm uma orientação preferida; conforme a onda de choque da explosão atravessou os gás, os campos se alinharam com o movimento da onda de choque.

Conforme as partículas eletricamente carregadas são presas pelos campos magnéticos, que se formaram ao redor do lugar original da explosão, elas recebem explosões de aceleração. Assim, as partículas aceleradas transferem energia, mantendo os campos magnéticos fortes e turbulentos.

Remanescente de supernova SN 1006

Encontrado a 6.500 anos-luz da Terra na constelação de Lupus, o Lobo, SN 1006 é o que restou de uma explosão poderosa. O evento aconteceu após duas anãs brancas se chocarem, ou quando um objeto do tipo coletou massa demais da estrela que orbitava.

O remanescente foi observado pela primeira vez em 1006 d.C. por observadores na China, Japão e outros locais. Os registros indicam que sua luz permaneceu visível a olho nu por mais de três anos, e os astrônomos modernos consideram que este foi o evento estelar mais brilhante registrado na história.

O IXPE observou também os remanescentes de Tycho e Cassiopeia A . Os dados sobre estes fenômenos contribuem para os cientistas entenderem as origens e processos dos campos magnéticos que os cercam.

Estes novos resultados foram publicados em um artigo na revista The Astrophysical Journal.

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