Tecnologia da Google faz fone com cancelamento de ruído virar monitor cardíaco
Augusto Dala Costa
Tecnologia da Google faz fone com cancelamento de ruído virar monitor cardíaco

Em um novo artigo publicado recentemente, a Google, empresa sob o guarda-chuva da Alphabet, demonstrou uma tecnologia experimental capaz de monitorar a frequência cardíaca de uma pessoa a partir de qualquer fone de ouvido com cancelamento de ruído do mercado. Funcionando em todos os intra-auriculares com essa função, não é necessário nenhum sensor de monitoramento adicional para verificar tanto a taxa de batimentos quanto sua variabilidade.

O artigo leva o nome da técnica, “APG: Audioplethysmography for Cardiac Monitoring in Hearables” — Audipletismografia para Monitoramento Cardíaco em Audíveis, em tradução livre, sendo audíveis uma junção de “vestíveis” (wearables) com “áudio” —, sendo este um sistema sensorial acústico que usa ultrassom de baixa intensidade através dos alto-falantes. As ondas emitidas são captadas pelos microfones quando retornam, e seu eco permite a identificação da frequência cardíaca .

Como os fones detectam a frequência cardíaca

Segundo os cientistas da Google, a ideia surgiu quando notaram que o volume dos canais auditivos varia levemente com as mudanças geradas pela deformação dos vasos sanguíneos. Os batimentos cardíacos , então, modulariam os ecos de ultrassom gerados por dispositivos com cancelamento de ruído. Então, um modelo matemático foi desenvolvido pela equipe para analisar e converter as ondas de ultrassom em leituras cardíacas .

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A tecnologia funciona mesmo que esteja tocando música nos fones e que o corpo esteja em movimento, por exemplo, em uma atividade de corrida. A Google ainda afirma que a APG também se adapta a fatores como variação no tom de pele, má selagem do ouvido e tamanho do canal auditivo . Ainda por cima, o método de análise ainda teria um impacto ínfimo na bateria dos fones.

Se você está se perguntando se a tecnologia realmente poderia funcionar, saiba que a empresa realizou pesquisas de campo por oito meses com 153 voluntários para verificar a eficiência da APG. Segundo os resultados, a precisão da tecnologia é alta, com média de erro na frequência cardíaca de 3,21% e de 2,70% na medição da variabilidade de frequência cardíaca. Tudo foi revisado pelas equipes internas de saúde, experiência de usuário (UX) e time legal da Google.

Agora, os pesquisadores planejam testar a APG em atividades mais intensas , como caminhadas vigorosas , levantamento de peso, boxe e HIIT (treinos intervalados de alta intensidade). A ideia é que a tecnologia possa verificar mais dados de saúde do usuário, já que o comprimento de onda utilizado pela APG contém muito mais nuances do que apenas a frequência cardíaca, segundo a equipe.

Leia a matéria no Canaltech .

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