Juno pode ter detectado sinais do oceano de Ganimedes na superfície
Danielle Cassita
Juno pode ter detectado sinais do oceano de Ganimedes na superfície

A sonda Juno, da NASA , encontrou sais minerais e compostos orgânicos na superfície de Ganimedes, um dos satélites naturais de Júpiter. A presença dos compostos sugere que a água salgada do oceano nesta lua esteja alcançando sua superfície, e pode ajudar os cientistas a entenderem melhor as origens de Ganimedes.

Considerada a maior lua do gigante gasoso, Ganimedes é um mundo de grande interesse para os cientistas devido ao grande oceano que existe por lá sob sua crosta congelada. Observações do telescópio Hubble e da sonda Galileo sugeriram que ali havia também sais e moléculas congeladas, mas a resolução dos dados era baixa demais para os cientistas terem certeza dos compostos.

É aqui que entra a sonda Juno , que faz sobrevoos por Júpiter e suas luas para observá-los de pertinho. Em 2021, a espaçonave fez uma visita a Ganimedes, ficando a 1.046 km de sua superfície, e usou seu instrumento JIRAM para capturar imagens e espectro no infravermelho — estes dados indicam os elementos ali a partir da luz que refletem.

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Com resolução sem precedentes na espectroscopia do infravermelho, os dados permitiram que os cientistas detectassem e analisassem as características espectrais de materiais congelados sem água, como cloreto de sódio. “A presença dos sais com amônia sugere que Ganimedes pode ter materiais acumulados frios o suficiente para condensar amônia durante sua formação”, sugeriu Federico Tosi, coinvestigador da Juno.

Campo magnético em Ganimedes

Além de ser a maior lua do Sistema Solar , Ganimedes é também a única com campo magnético próprio. Modelos anteriores do campo de Ganimedes mostraram que a região equatorial desta lua está protegida dos elétrons e íons causados pelo campo magnético de Júpiter. Estes fluxos de partículas são conhecidos por afetarem os sais e moléculas orgânicas.

“Encontramos a maior abundância de sais e [compostos] orgânicos nos terrenos estudos e brilhantes em latitudes protegidas pelo campo magnético”, acrescentou Scott Bolton, principal investigador da Juno. Para a equipe, isso indica que viram os restos do oceano salgado e profundo, que conseguiu chegar à superfície da lua congelada.

O artigo com os resultados do estudo foi publicado na revista Nature Astronomy.

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