Abusos na infância estão ligados a hospitalizações e mortes por covid-19
Augusto Dala Costa
Abusos na infância estão ligados a hospitalizações e mortes por covid-19

Um estudo realizado no Reino Unido descobriu que abusos ou negligência sofridos na infância estão ligados a maiores chances de hospitalização e morte por covid-19 na vida adulta, entrando para a lista de fatores de risco para a doença e demonstrando o quanto as primeiras experiências de vida, especialmente as traumáticas, deixam impactos duradouros na saúde.

Entre fatores que influenciam nas chances de agravação do quadro de infecção pelo SARS-CoV-2, estão idade, sexo, etnia, saúde e condições sociodemográficas. Enquanto estas foram descobertas durante a recente pandemia, resultados como o do estudo mais atual estão sendo possíveis ao analisar, com uma lente mais distante, os efeitos do vírus nos últimos anos.

Sofrimento na infância e a covid-19

Para chegar às conclusões, os cientistas usaram o Biobank UK, banco de dados britânico que traz informações de saúde de todos os cidadãos do país. Foram investigados a fundo mais de 151.200 adultos de meia idade ou mais, especialmente os que autorreportaram abusos ou negligência na infância. Verificou-se, então, que essas mesmas pessoas estavam entre as mais frequentemente hospitalizadas ou que faleceram por conta da covid-19, sem observar a covid longa , no entanto.

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Isso se traduz em chances maiores de ser internado ou ir a óbito pela infecção do coronavírus caso se tenha passado por dificuldades na infância. Segundo os cientistas, é uma evidência clara de como os traumas no início da vida acabam impactando longamente a saúde, podendo influenciar em doenças até décadas depois.

No Reino Unido, a infecção por covid-19 está ligada a altos números de hospitalização e morte, bem como em muitos outros países. Isso se junta a pesquisas não relacionadas à doença demonstrando que adversidades na infância têm efeitos profundos na saúde física e mental dos seres humanos. É a primeira vez que a conexão entre essas duas tendências é feita.

Segundo a equipe, a descoberta abre portas para estudos globais e específicos sobre o assunto, possibilitando a busca por políticas públicas e intervenções direcionadas às pessoas sob maior risco de infecção severa pelo SARS-CoV-2 e outras doenças.

Comunidades afetadas por adversidades na infância, por exemplo, podem ser priorizadas nas intervenções comunitárias e individuais, diminuindo o impacto de pandemias. Também há planos para estudar exatamente o que nas adversidades da infância acaba causando a vulnerabilidade na saúde dos afetados.

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