O que é o Marvel Spotlight e como ele vai mexer com o futuro do MCU
André Mello
O que é o Marvel Spotlight e como ele vai mexer com o futuro do MCU

Eco , nova série do Marvel Studios, teve seu primeiro trailer divulgado e, com ele, a a Disney anunciou que o estúdio terá um novo selo de produções chamado Marvel Spotlight. Essa nomenclatura, que começa com a série de Maya Lopez (Alacqua Cox), trará produções mais independentes da grande narrativa do Universo Cinematográfico da Marvel (MCU, na sigla em inglês) e com tramas mais urbanas.

Essa nova subcategoria deve receber até uma nova introdução, diferente das vistas em todas as produções da Marvel , com tema composto por Michael Giacchino, de Homem-Aranha: Sem Volta Para Casa e diretor de Lobisomem na Noite . Esse anúncio fez muita gente se perguntar os motivos por trás dessa separação, mas pode ter sido um jeito de continuar explorando o universo Marvel sem ter o peso de uma mega produção presa aos filmes.

Um lado diferente do Universo Marvel

Brad Winderbaum, chefe da divisão de streaming do Marvel Studios, disse o seguinte ao anunciar o novo selo do estúdio:

-
CT no Flipboard : você já pode assinar gratuitamente as revistas Canaltech no Flipboard do iOS e Android e acompanhar todas as notícias em seu agregador de notícias favorito.
-

"Marvel Spotlight nos dá uma plataforma para trazer histórias mais realistas e focadas em personagens para a tela, como no caso de Eco , focando em temas mais urbanos em vez de na grande continuidade do MCU."

Ele ainda completou que, assim como leitores não precisam ler Vingadores ou o Quarteto Fantástico para aproveitar uma história do Motoqueiro Fantasma , os espectadores não vão precisar ver outras séries da Marvel para entender a história de Maya Lopez.

Essa declaração é muito importante e vai de encontro ao que o estúdio sempre pregou, de que tudo estava totalmente interligado, o que fazia com que os fãs precisassem assistir a todos os filmes para entender toda a saga. Por vários anos, isso funcionou muito bem, até a conclusão da Saga do Infinito e Vingadores Ultimato , mas começou a não se mostrar muito eficiente depois disso.

A ideia de produções para o streaming sempre foi muito interessante, mas por tudo precisar se conectar a filmes e à história por trás do universo Marvel, fez com várias séries recebessem um peso desnecessário, atrapalhando o desenvolvimento de personagens.

Mais personagens, menos pressão

Recentemente, o Marvel Studios anunciou mudanças na forma como suas produções para o streaming seriam abordadas, chegando a reiniciar toda a produção de Daredevil: Born Again , que já estava com episódios gravados, para reorganizar a série.

Os altos custos e a necessidade de tratar cada seriado como um filme de seis ou oito horas criou um problema para o Marvel Studios, já que esses fios conectores de história começaram a se perder. Personagens apresentados em séries poderiam não ter o mesmo impacto ao aparecer em um filme porque as pessoas não quiseram investir várias horas de sua vida para isso.

Outras séries, como é o caso de Loki , funcionam exatamente por terem um apelo maior e terem no seu cerne o desenvolvimento de personagens, junto de uma trama que faz sentido para o MCU. Uma série como Eco , focada em uma personagem secundária de Gavião Arqueiro e pouco popular até mesmo nos quadrinhos, poderia sofrer bastante ao precisar se conectar a algum grande acontecimento do MCU.

Até mesmo alguns filmes do universo cinematográfico da Marvel já começaram a tentar se resolver sozinhos, como é o caso da trilogia do Homem-Aranha, produzida pelo Marvel Studios, mas lançada pela Sony Pictures.

Apesar de ter vários elementos de outros filmes, como a participação de Robert Downey Jr, refletir acontecimentos de Vingadores Ultimato e o Doutor Estranho enfrentando pessoas do multiverso, as histórias dos longas se resolvem por si. O próprio filme explica o que aconteceu antes e não deixa o espectador com a necessidade de assistir a várias outras coisas para não ficar perdido.

Essa é uma grande reclamação da Marvel pós- Ultimato , de que é necessário quase fazer um curso intensivo para entender tudo o que está acontecendo no universo. Ironicamente, isso é um problema que já acontece nos quadrinhos, que serviram como base para essa imensa franquia interconectada de filmes.

Com o selo Marvel Spotlight, o estúdio tem a chance de manter sua grande saga intergaláctica acontecendo, enquanto personagens menores, que não participariam de toda aquela bagunça, podem ter suas histórias contadas sem amarras.

O lado mais urbano ou sobrenatural do MCU pode se mostrar imensamente interessante dentro desse selo, que pode entregar séries e especiais que não custam tanto dinheiro, mas que têm o seu valor dentro do grande MCU. É a oportunidade de crescer para os lados e não apenas para cima, explorando e entregando tramas novas a cada vez mais diferentes.

Não é difícil acreditar que, em alguns anos, as melhores histórias do MCU saiam diretamente do Marvel Spotlight. Surpreendentemente, Eco pode ser uma delas.

Eco , que terá classificação etária para maiores, tem estreia prevista para o Disney+ para o dia 10 de janeiro.

Leia a matéria no Canaltech .

Trending no Canaltech:

    Mais Recentes

      Comentários

      Clique aqui e deixe seu comentário!