Variante JN.1 | Tudo o que sabemos sobre a nova cepa da covid-19
Fidel Forato
Variante JN.1 | Tudo o que sabemos sobre a nova cepa da covid-19

De olho nas mutações do vírus da covid-19, alguns países da Europa e os Estados Unidos relatam a descoberta de uma nova variante do coronavírus SARS-CoV-2 que descende da Ômicron, a variante JN.1. Até o momento, ela não recebeu nenhum apelido informal da comunidade científica, como a BA.2.86, chamada de Pirola .

Inclusive, a nova variante da covid-19 JN.1 e a Pirola estão intimamente conectadas. Por exemplo, ambas são descendentes da Ômicron e têm um número semelhante de mutações na proteína spike (S) da membrana viral — estrutura usada para infectar células humanas saudáveis.

Hoje, o consenso é de que ela não é ameaça significativa para a saúde pública, como foi observado em ondas anteriores da pandemia da covid-19, já que aparentemente as vacinas continuam a funcionar e a imunidade anterior permanece eficaz em reconhecer o agente viral. Só que isso pode mudar, se surgirem novos dados. Além disso, a infecção ainda pode desencadear quadros de covid longa .

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Nova variante da covid-19

Nos EUA, a variante JN.1 foi detectada pela primeira vez em setembro — há pouco mais de um mês. No final de outubro, ela representava menos de 0,1% das amostras analisadas entre os norte-americanos. Em paralelo, relatos da nova cepa foram feitos em outros 11 países, incluindo Islândia, Portugal, Espanha, Holanda e França.

Em um cenário com poucos casos locais (e globais), o Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) dos EUA afirma que ainda “está aprendendo” sobre o funcionamento da variante da covid-19, mas existem alguns palpites.

Recentemente, a variante Pirola chacoalhou o mundo científico por ter um número muito grande de mutações na proteína spike . Na primeira leitura, existiu a ideia de que, com isso, ela escaparia de todas as formas de controle e poderia desencadear uma nova onda global, um cenário que não se concretizou.

Observando a nova cepa, “há apenas uma única alteração entre JN.1 e BA.2.86 na proteína spike ”, afirma o CDC, o que não deve gerar uma cepa mais virulenta ou perigosa. Inclusive, a hipótese é de que a JN.1 seja uma descendente direta da Pirola.

Sintomas da variante JN.1

Por enquanto, a variante JN.1 não foi relacionada com sintomas inéditos e, por isso, deve ser identificada pelos sintomas tradicionais da covid-19, como explica William Schaffner, professor da Universidade Vanderbilt. “É uma variante descendente da Ômicron e parece ser semelhante [no quesito dos sintomas]”, reforça o especialista para o site Prevention .

Entre os sintomas mais comuns da covid-19, estão:

  • Febre;
  • Tosse;
  • Falta de ar ou dificuldade em respirar;
  • Fadiga;
  • Dores musculares ou no corpo;
  • Dor de cabeça (cefaleia);
  • Perda de paladar ou olfato;
  • Dor de garganta
  • Congestão nasal e/ou coriza;
  • Náusea e/ou vômitos;
  • Diarreia.

Embora esta seja a lista oficial de sintomas mais comuns elaborada pelo CDC, ela não inclui todos os problemas possíveis da covid-19 — alguns pacientes podem relatar quadros de conjuntivite, por exemplo . Inclusive, os sintomas podem mudar de acordo com o status vacinal do indivíduo.

Vacinas funcionam contra variante

Nas pesquisas posteriores à descoberta da variante Pirola, com inúmeras mutações na proteína spike , os cientistas concluíram que as vacinas atualizadas (2023-2024) ainda desempenham um papel importante na imunidade.

Dito isso, o CDC entende que “as vacinas devem funcionar de forma semelhante contra JN.1 e BA.2.86”. No entanto, uma resposta definitiva só será possível quando os testes específicos forem concluídos.

Como se proteger da JN.1?

"Independentemente da variante, todos os coronavírus SARS-CoV-2 se espalham da mesma forma”, pontua o CDC. A principal forma de transmissão é através de aerossóis, espalhados pelo espirro ou pela tosse. Pacientes assintomáticos também podem eliminar essas partículas muito pequenas.

“Por isso, é importante proteger-se a si e aos outros, mantendo-se atualizado com as vacinas contra a covid-19, melhorando a ventilação [em espaços fechados] e ficando em casa quando estiver doente”, orienta o CDC.

Para os grupos de risco, como idosos e pessoas imunossuprimidas, o uso de máscaras em ambientes fechados, como no transporte público e em aglomerações, continua sendo uma estratégia válida de proteção . Afinal, as máscaras são eficazes para todos.

Variante está na mira da OMS?

Até o momento, a Organização Mundial de Saúde (OMS) não incluiu a JN.1 na sua lista de variantes que representam potencial risco à saúde global, onde ela poderá ser classificada como uma Variante de Interesse (VOI) ou uma Variante sob monitoramento (VUM) .

Oportunamente, a OMS pode incluir a nova variante em sua lista, atualizada pela última vez no final do mês de outubro. Para isso, ainda deve ser necessário que mais casos da JN.1 sejam registrados ao redor do globo, já que este é um dos critérios para a seleção.

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