Um dia depois de anunciar o nome dos semifinalistas da edição 2023 do Prêmio Jabuti , a Câmara Brasileira do Livro decidiu desclassificar o livro Frankenstein da categoria “Melhor Ilustração”. A medida foi tomada após a indicação da obra gerar polêmica por ter sido totalmente ilustrada por meio de inteligência artificial (IA) .
O livro foi lançado em 2022 pela editora Clube da Literatura Clássica e as quase 50 imagens que o ilustram foram criadas pelo designer Vicente Pessôa, que contou com o auxílio da AI Midjourney para elaborá-las. Em outubro do mesmo ano, Vicente fez uma live no Instagram da editora para mostrar ao público o processo de criação.
Vale lembrar ainda que Pessôa e a editora sinalizaram na CIP (Catalogação na Publicação) a coautoria da produção das gravuras.
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O que a CBL fala sobre o caso?
A organizadora da premiação, a CBL, divulgou um comentário oficial sobre o caso nesta sexta-feira, 10. Ela explica a desclassificação de Frankenstein aconteceu após uma decisão da curadoria do prêmio.
"As regras da premiação estabelecem que casos não previstos no regulamento sejam deliberados pela curadoria, e a avaliação de obras que utilizam IA em sua produção não estava contemplada nessas regras".
Ainda seguem na disputa dez artistas; Fayga Ostrower ( A notável história do homem-listrado ), Odilon Moraes ( Castelos de areia ), Daniel Kondo ( Feira feroz ), André Neves ( Lá fora ), Fran Matsumoto ( Minúscula ), Letícia Lopes ( Moby Dick, ou A baleia ), Bruna Lubambo ( O centauro e a sereia ), Bruna Ximenes ( O dedão do pé do gigante ), Cris Eich ( O povo Kambeba e a gota d’água ) e Rogério Coelho ( Sou mais eu ).
Os vencedores de cada categoria apresentadas no prêmio levam R$ 5 mil e o autor do livro do ano ganha R$70 mil e uma viagem à Feira de Frankfurt. A 65ª edição da premiação acontece no dia 5 de dezembro, no Theatro Municipal em São Paulo.
Jurado desconhecia IA
Em sua rede social, o cartunista André Dahmer, um dos jurados do prêmio, comentou que não tinha conhecimento que a obra havia sido ilustrada por AI. Ele ainda disse que esse assunto carece de um debate mais aprofundado.
“Não conheço os nomes de ferramentas de inteligência artificial, nem quero conhecer. A organização do prêmio, ao me enviar o livro, também desconhecia o nome desta ferramenta. Outro jurado, Baptistão, também não sabia que avaliava um trabalho híbrido.Toda essa história carece de debate. Sei dos limites éticos e jurídicos do uso de imagens que já existem para a produção de outras, "novas". Em defesa do autor, no livro constava a coautoria de um robô. Então, não houve má fé no ato da inscrição.”
Bom dia. Fui um dos três jurados na categoria Ilustração do Prêmio Jabuti deste ano, que avaliava os semifinalistas. Frankenstein, ilustrado por Vicente Pessôa com auxílio de Inteligência Artificial, está agora entre os finalistas. Isso merece um fio (+) pic.twitter.com/XlMh6GNqx6
— André Dahmer (@malvados) November 10, 2023
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