
No mundo todo, as mortes relacionadas ao calor extremo devem aumentar, conforme os efeitos do aquecimento global se intensificam. A estimativa é que esses óbitos aumentem em quase cinco vezes até o ano 2050, se medidas em larga escala não forem adotadas no presente.
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Este possível futuro distópico é a principal conclusão de um relatório recém-publicado na revista científica The Lancet . Para chegar à estimativa, participaram do estudo mais de 100 especialistas, vindos de 52 instituições de pesquisas e agências da ONU de todo o mundo.
Mortes relacionadas com o calor
Entre os anos de 2013 e 2022, já foi possível observar o aumento das mortes relacionadas ao calor extremo. Quando se observa as pessoas com mais de 65 anos, a taxa de óbito por esta causa subiu 85% quando comparada com os anos de 1991 e 2000. Se as temperaturas estivessem iguais, a porcentagem estimada seria de 38%.
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Aqui, é preciso destacar que o aumento de 4,7 vezes no número de mortes relacionadas com o calor até 2050 não está único e exclusivamente ligado com a desidratação e problemas cardiovasculares, por exemplo . Afinal, o aquecimento global afeta a saúde humana de formas muito mais complexas.
Entram nessa contagem as pessoas que morreram de fome devido às secas extremas e que terão maior dificuldade para se alimentar. A falta de acesso à água. Outro problema será a maior incidência de doenças transmitidas por mosquitos, que vão se proliferar ainda mais com as altas temperaturas . Na verdade, inúmeras doenças irão ser transmitidas nesse novo cenário, incluindo patógenos hoje desconhecidos.
Em paralelo, os sistemas de saúde não estarão preparados para lidar com o novo fardo e o aumento das buscas por atendimento médico, o que contribuirá com as mortes, alertaram os investigadores.
Aumento das temperaturas globais
“O nosso balanço da saúde aponta que os perigos crescentes das alterações climáticas estão custando vidas e meios de subsistência em todo o mundo agora”, afirma Marina Romanello, pesquisadora da University College London e uma das autoras do relatório, em nota.
“As projeções de um mundo 2 °C mais quente revelam um futuro perigoso e são um lembrete sombrio de que o ritmo e a escala dos esforços de mitigação observados, até agora, têm sido lamentavelmente inadequados para proteger a saúde e a segurança das pessoas”, complementa Romanello.
Para evitar que o cenário se confirme, os cientistas destacam a importância da 28ª Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP28), que acontece no final deste mês, em Dubai, de onde precisam surgir medidas efetivas para conter a crise climática.
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