Crítica O Melhor Natal de Todos! | Filme agrada ao fugir do clichê romântico
Diandra Guedes
Crítica O Melhor Natal de Todos! | Filme agrada ao fugir do clichê romântico

Todo ano é a mesma coisa: com o Natal chegando, os streamings começam a lançar filmes sobre a data para que os apaixonados pela celebração possam se divertir e se preparar para a Noite Feliz. Neste ano, não foi diferente, e a Netflix trouxe o simpático O Melhor. Natal. De Todos! , uma comédia que foge do clichê romântico do casal que, finalmente, fica junto no final da história — como Uma Quedinha de Natal — para apostar em uma trama que fala sobre amizade e sobre o poder de acreditar nos seus sonhos.

Na trama, Charlotte (Heather Graham) é uma mulher frustrada com sua carreira e que todo ano fica irritada ao receber o boletim de Natal da sua ex-amiga Jackie (Brandy Norwood), uma mulher bem sucedida, rica, casada com um marido bonito e que tem tudo o que quer. Acontece que, por ironia do destino, ao fazer uma viagem para a casa da sua irmã, Charlotte acaba indo para na casa de Jackie.

Assim, toda a trama gira em torno da tensão e das confusões que partem desse reencontro forçado. Logo na primeira parte do filme, o público pode pensar que o longa vai se tratar de uma história romântica, na qual o marido das duas vão trocar de lugar. Ou então pintar Jackie como uma pessoa antipática, daquelas mulheres que fazem de tudo para infernizar a vida da outra.

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No entanto, com o desenrolar do enredo, vemos que além de ser uma boa amiga, ela ainda sofre com uma grande perda, a morte do seu filho mais velho, Daniel. Assim, pouco a pouco, o texto mostra a Charlotte e aos espectadores que dar uma chance a Jackie pode ser a receita perfeita para ter um Natal inesquecível. No fim, O Melhor. Natal. De Todos! é um filme sobre resgatar amizades perdidas.

Com bom ritmo e abusando de algumas piadas ridículas, O Melhor. Natal. De Todos! consegue prender a atenção do público sem cansar. Isso porque a trama sempre traz um arco interessante. Ora estamos vendo Charlotte tentando descobrir o que há de errado com Jackie, ora as crianças Beatrix (Madison Skye Validum) e Grant (Wyatt Hunt) estão investigando se o Papai Noel realmente existe e ora estamos vendo Jackie lidar com a dor pela perda do filho.

Tudo isso, é claro, é abordado de forma leve para não fugir do que o longa se propõe: ser um filme divertido sobre uma das datas mais esperadas por muitos. Com isso, ele acerta ao sintetizar a essência do feriado, que é trabalhar a empatia e essa conexão com as pessoas à nossa volta.

Outro grande acerto da obra é que a família mais bem sucedida, a de Jackie, é majoritariamente negra e latina. Esse detalhe pode até passar despercebido pelos olhos de alguns, mas é uma ótima escolha que vai na contramão de como a sociedade ainda enxerga as pessoas de pele escura. Excelente escolha!

Enredo agrada, mas personagens são rasos

Como já era esperado, visto que quase todos os filmes natalinos caem no mesmo erro, os personagens de O Melhor Natal de Todos são pouco aprofundados. As duas amigas protagonistas até ganham mais destaque no texto, mas ainda assim tudo soa artificial. Afinal, quem é a Jackie de verdade? Do que seu filho morreu? E por que Charlotte teve que trabalhar em um emprego tão ruim?

Essas perguntas não são respondidas e os maridos, Valentino (Matt Cedeño) e Rob Sanders (Jason Biggs), ainda ficam à margem da história, esperando alguma brecha para poderem dizer meia dúzia de falas. É curioso observar isso, já que Jason é um dos chamarizes do filme por ser um ator com vasto currículo em comédia, tendo atuado na saga American Pie , Orange is the New Black , Mulher Infernal , O Otário , entre outros.

Outro problema é que algumas soluções adotadas pelo filme parecem inverossímeis demais, mas se tratando de uma obra natalina no qual o objetivo é sonhar, podemos nos permitir fantasiar um pouco.

Assim, quem gosta de filmes de Natal e já estava cansado das mesmas tramas românticas de sempre, certamente vai aproveitar essa novidade da Netflix. Sem trazer nada de muito surpreendente, o filme só mudou o foco do casal para a amizade, e assim, se firmou como uma boa novidade de 2023. Lembrando que quem quiser assisti-lo, já pode dar o play na Netflix.

Leia a matéria no Canaltech .

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