Entenda por que Apple, Amazon e IBM pararam de anunciar no Twitter
Guilherme Haas
Entenda por que Apple, Amazon e IBM pararam de anunciar no Twitter

Na última semana, grandes empresas de tecnologia decidiram parar de anunciar na plataforma X (antigo Twitter ) após o bilionário Elon Musk apoiar um post de teor antissemita ao mesmo tempo que anúncios das companhias foram exibidos junto a conteúdos relacionados ao nazismo.

Entre as gigantes de tecnologia que suspenderam seus anúncios na rede social estão Apple , Amazon e IBM . Estúdios de Hollywood e empresas do setor de entretenimento também seguiram essa decisão, incluindo Disney , Comcast, Warner Bros Discovery, Paramount Global e Lions Gate Entertainment.

Apoio de Musk a comentários antissemitas

Não é de hoje que o bilionário e dono da plataforma X causa polêmica com a comunidade judaica com declarações e demonstrações discriminatórias. Porém, na última quarta-feira (15), o apoio de Elon Musk a uma publicação com discurso antissemita deu início à debandada de anunciantes.

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O empresário concordou com um post que afirmava que as comunidades judaicas são responsáveis pelo "ódio dialético contra os brancos" e que dão apoio para as “hordas de minorias” que estão "inundando" o país para substituir os brancos. O conteúdo da mensagem segue a linha de teorias conspiratórias de supremacistas brancos dos Estados Unidos.

Ao post, Musk respondeu que o autor "disse a pura verdade", o que repercutiu muito mal em diversas esferas. Representantes de comunidades judaicas, da Liga Anti-Difamação (ADL) e até da Casa Branca condenaram o comentário do empresário.

Não satisfeito, Musk fez uma tentativa de retratação ao afirmar que a declaração "não se estende a todos os judeus". Em seguida, acusou a ADL de "ataca injustamente a maioria do Ocidente, apesar de a maioria do Ocidente apoiar o povo judeu e Israel".

Anúncios próximos a conteúdos nazistas

Na quinta-feira (16), um novo capítulo decretou a partida de grandes anunciantes da plataforma. Um relatório divulgado pela entidade sem fins lucrativos Media Matters for America apresentou uma seleção de anúncios exibidos ao lado de conteúdos nazistas.

Os materiais incluem memes que retratam o nazismo como um "despertar espiritual", além de citações de Adolf Hitler. O relatório mostra casos com anúncios de empresas como Apple, Bravo, Oracle , Xfinity e IBM.

No mesmo dia, a CEO do X, Linda Yaccarino publicou na plataforma que a companhia é "extremamente clara sobre os esforços para combater o antissemitismo e a discriminação" e que "não há lugar para isso em nenhum lugar do mundo — é feio e errado. Ponto final".

A declaração da executiva não foi o bastante para impedir que as empresas suspendessem seus anúncios na rede social. Ainda na quinta-feira, a IBM soltou um comunicado em que informa que "tem tolerância zero com discurso de ódio e discriminação" e decidindo por pausar "imediatamente toda a publicidade no X enquanto investigamos esta situação totalmente inaceitável".

Na sexta-feira, outras companhias seguiram a IBM e anunciaram a suspensão dos anúncios — incluindo a Apple que é supostamente o maior anunciante da plataforma, com gastos de quase US$ 50 milhões no primeiro trimestre de 2022.

A pausa de grandes anunciantes no X pode complicar ainda mais o valor da rede social e seus planos de monetização. No final de outubro, Musk revelou a plataforma teve uma desvalorização de 55% em um ano e agora é avaliada em US$ 19 bilhões.

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