Fermentação ajudou a expandir nosso cérebro e reduzir o intestino
Nathan Vieira
Fermentação ajudou a expandir nosso cérebro e reduzir o intestino

Em estudo publicado na revista Communications Biology , pesquisadores dos EUA descobriram que alimentos fermentados podem ter levado ao aumento do cérebro dos seres humanos, ao longo dos séculos. Com o passar da evolução, o órgão simplesmente triplicou de tamanho, então os cientistas têm buscado entender os fatores por trás disso.

Conforme observam os cientistas, no trato gastrointestinal humano, especialmente no cólon, as bactérias simbióticas decompõem a matéria alimentar orgânica em nutrientes, como ácidos graxos — um processo denominado fermentação interna. Isso fornece energia adicional a partir de fibras não digeridas e melhora a absorção de vitaminas e minerais.

Por outro lado, a fermentação externa ocorre quando a decomposição dos alimentos é provocada por bactérias no ambiente ou na superfície dos alimentos. Esse tipo de fermentação melhora a saúde intestinal , contribuindo para a microflora, além de melhorar a absorção de nutrientes e melhorar a imunidade.

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Segundo os estudo, o cólon sofreu uma redução significativa de 74% ao longo da evolução, indicando uma menor necessidade de decompor alimentos derivados de plantas. A mudança poderia ser potencialmente uma adaptação após a ingestão de alimentos fermentados externamente.

Fermentação ao longo da humanidade

O artigo traz a hipótese de que os primeiros hominídeos podem ter transportado e armazenado alimentos, iniciando involuntariamente a fermentação externa. Com o tempo, esta prática pode ter evoluído para um fenômeno culturalmente reforçado, contribuindo para a expansão do cérebro e o desenvolvimento cognitivo dos hominídeos.

Os pesquisadores refletem que a fermentação parece ser mais provável de ser descoberta do que, por exemplo, o fogo necessário para cozinhar.

O grupo ainda sugere que os hominídeos com habilidades cognitivas mais baixas e cérebros menores podem ter realizado a fermentação mais facilmente do que outros métodos.

Fermentação e cérebro

Os autores do estudo estimam que a adoção da tecnologia de fermentação pelos primeiros hominídeos foi um mecanismo chave para a expansão do cérebro humano e a redução do intestino.

O grupo acredita que a conversão da fermentação intestinal numa prática externa pode ter sido uma inovação significativa, estabelecendo as condições metabólicas para a seleção da expansão do cérebro.

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