Vulcões monstruosos podem ter ajudado a dizimar os dinossauros
Augusto Dala Costa
Vulcões monstruosos podem ter ajudado a dizimar os dinossauros

O evento de extinção global mais famoso do mundo é, sem dúvidas, o do Cretáceo-Paleógeno (K-Pg), que dizimou os dinossauros e deu abertura para a evolução dos mamíferos há 66 milhões de anos. Embora a ciência concorde que isso aconteceu, a questão de como aconteceu ainda é largamente debatida.

A maioria das evidências aponta para a queda do meteorito na cratera de Chicxulub , no atual México, mas outra catástrofe é suspeita de ter contribuído: erupções vulcânicas monstruosas dos Basaltos de Decão.

A questão é até que ponto os eventos vulcânicos impactaram na catástrofe cretácea — é possível, por exemplo, que os dinossauros pudessem ter sobrevivido ao evento, não fosse o meteorito. Em um novo estudo, cientistas analisaram as rochas da Índia para avaliar o poder dos vulcões, concluindo que eles teriam afetado severamente o clima da Terra, deixando apenas o golpe final para a queda do asteroide e aumentando sua importância na extinção.

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Vulcões extinguiram os dinossauros?

As erupções vulcânicas dos Basaltos de Decão, que abarcaram os Gates Ocidentais da Índia e as ilhas Seichelles, já são candidatas a causa da extinção do K-Pg há muito tempo. Para descobrir mais sobre seu papel no grande evento, os pesquisadores mediram os níveis de enxofre e flúor da lava da região. Os níveis de flúor variam muito, indo de 400 a 3.000 partes por milhão (ppm), que pode ter tido efeitos ambientais grandes, mas provavelmente afetando apenas uma região específica, e não todo o planeta.

Já o enxofre da lava depositada logo antes da grande extinção estava na maior quantidade já registrada, com até 1.800 ppm, mas diminuindo nos períodos posteriores, chegando a apenas 750 ppm. Diversas evidências mostram que a atividade vulcânica da época ocorreu em ritmo intenso, e o enxofre expulso das profundezas da Terra pode ter levado a quedas curtas da temperatura global.

Com os achados, os cientistas afirmam ter quase certeza de que as condições climáticas do planeta estavam instáveis, com diversos invernos vulcânicos que podem ter durado décadas antes do fatídico impacto do meteorito em Chicxulub. Isso teria deixado a vida bastante difícil para as plantas e animais existentes , deixando o cenário “pronto” para uma extinção em definitivo.

Vale lembrar que esta é apenas uma das pesquisas sobre o tema, e que há quem ache que os dinossauros estavam em seu ápice quando o asteroide chocou-se contra a península de Yucatán , e quem ainda creia que eles se extinguiriam mesmo sem o meteorito . Como os eventos são bastante distantes, é difícil cravar fatos com base nas evidências sobreviventes, mas, aos poucos, vamos montando o quebra-cabeça que é o cenário pré-histórico da Terra.

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