Exoplanetas a 100 anos-luz da Terra orbitam sua estrela em sincronia
Danielle Cassita
Exoplanetas a 100 anos-luz da Terra orbitam sua estrela em sincronia

Um sistema planetário foi encontrado orbitando a estrela HD 110067 em harmonia a apenas 100 anos-luz da Terra. Este sistema é formado por seis mundos, e cada um se move ao redor da estrela acompanhando seus vizinhos. Além de ser interessante, esta característica indica que estes mundos tiveram uma existência relativamente tranquila e sem perturbações desde sua formação, há mais de um bilhão de anos.

Na verdade, o sistema foi encontrado em 2020 pelo telescópio Transiting Exoplanet Survey Satellite (TESS) , da NASA . Na época, astrônomos perceberam que existiam dois subnetunos ali, nome dado aos exoplanetas com pelo menos três vezes o tamanho da Terra e atmosferas extensas. Dois anos depois, o TESS observou a estrela novamente e os novos dados descartaram os anteriores.

Entretanto, os cientistas notaram algo estranho nos dados e ficaram intrigados. A resposta veio com o telescópio Cheops : havia um terceiro planeta no sistema, e todos estavam em ressonância orbital. O mais externo leva 20,519 dias para orbitar sua estrela, e seu período orbital equivale a quase 1,5 vez o do próximo planeta, de 13,673 dias. O número, por sua vez, equivale a 1,5 vez o período orbital do mais interno, de 9,114 dias.

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Depois, eles previram outras ressonâncias orbitais e as combinaram aos dados que haviam ficado sem explicação, e descobriram os outros três planetas no sistema. Eles levam 30,79, 41,06 e 54,77 dias para orbitar a estrela. Portanto, os pares de exoplanetas têm ressonâncias de 3:2, 3:2, 3:2, 4:3 e 4:3 — ou, se preferir, considere que, a cada órbita dos planetas mais externos, o mais interno de todos completa seis ao redor da estrela.

Este é o terceiro sistema conhecido com seis exoplanetas na chamada cadeia de ressonância, e pode representar uma ótima oportunidade para astrônomos saberem mais sobre o fenômeno. “Consideramos que só 1% de todos os sistemas permanecem em ressonância”, disse Rafael Luque, coautor do estudo. “Ele nos mostra a configuração pura da configuração de um sistema planetário que sobreviveu intocada”.

O artigo com os resultados do estudo foi publicado na revista Nature .

O que é ressonância orbital?

A ressonância orbital acontece quando dois corpos, que estão orbitando um terceiro, exercem influência gravitacional um no outro e alinham seus períodos orbitais. Este alinhamento não precisa ser exato e pode ser representado em proporções.

Para entender melhor, considere Plutão e Netuno, que estão em ressonância entre si: a cada 2 órbitas de Plutão ao redor do Sol, Netuno completa 3. Enquanto isso, algumas luas de Júpiter estão em cadeias de ressonância: para cada uma órbita de Ganimedes, Europa completa 2, e Io, 4. Então, elas estão em uma ressonância de 1:2:4.

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