Exoplaneta detectado é tão massivo que não deveria existir
Danielle Cassita
Exoplaneta detectado é tão massivo que não deveria existir

Um exoplaneta surpreendente foi descoberto orbitando a estrela LHS 3154, a 51 anos-luz da Terra. Chamado LHS 3154 b, ele tem 13 vezes a massa da Terra , e sua estrela é nove vezes menos massiva que o nosso Sol. É aqui que está a característica mais intrigante do sistema: os astrônomos nunca viram antes um mundo tão massivo orbitando uma estrela tão pequena, e não esperavam que ele pudesse existir.

O LHS 3154 b é um exoplaneta com massa semelhante à de Netuno, o gigante gelado do Sistema Solar. Segundo os pesquisadores que o encontraram, a proporção entre sua massa e a da sua estrela é 100 vezes maior que aquela entre a massa da Terra e do Sol.

Não é nada fácil detectar mundos do tipo, já que a luz de suas estrelas costuma ofuscá-los. Para detectá-los, os pesquisadores usaram o instrumento Habitable Zone Planet Finder (HPF), um espectrógrafo criado para detectar exoplanetas orbitando estrelas frias.

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A descoberta espantou astrônomos, pois as características do sistema vão contra o que é descrito pelas teorias atuais de formação planetária. “Não esperávamos que poderia existir um planeta tão pesado ao redor de uma estrela tão pouco massiva”, comentou Suvrath Mahadevan, coautor do estudo.

Para entender a formação dos planetas, precisamos primeiro lembrar que as estrelas nascem de grandes nuvens de gás e poeira. Após a formação da estrela , a matéria que resta se organiza em um disco ao redor dela, o qual pode originar novos planetas.

Curiosamente, o disco ao redor da estrela não parecia ter massa suficiente para formar LHS 3154 b. “Mas está por aí, então precisamos reexaminar nossa compreensão de como planetas e estrelas se formam”, observou.

Assim, a detecção do LHS 3154 b mostra que o instrumento tem potencial para revelar exoplanetas variados em nossa galáxia , ajudando os astrônomos a entender melhor estes mundos. “O que descobrimos nos fornece um caso de testes extremo para todas as teorias de formação planetária”, finalizou Mahadevan.

O artigo que descreve as descobertas foi publicado na revista Science .

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