James Webb estuda por que nuvem na Via Láctea forma poucas estrelas
Danielle Cassita
James Webb estuda por que nuvem na Via Láctea forma poucas estrelas

Os segredos de uma nuvem misteriosa no centro da Via Láctea começaram a ser revelados pelo telescópio James Webb. Chamada pelo apelido O Tijolo, a nuvem é bastante opaca e é muito discutida devido à sua baixa taxa de formação estelar. Agora, cientistas liderados por Adam Ginsburg, da Universidade da Flórida, descobriram informações que podem exigir repensar as teorias aturais sobre a formação de estrelas.

Este tijolo cósmico fica na chamada Zona Molecular Central, um grupo de nebulosas que soma mais de 60 milhões de vezes a massa do Sol; muitas delas formam estrelas, mas o Tijolo, não. Isso desafia o que se sabe sobre a formação estelar: como ela é uma nuvem repleta de gás denso, o esperado era que formasse estrelas a todo vapor, mas sua taxa de formação estelar é estranhamente baixa.

Ao observá-la com o Webb na luz infravermelha, os pesquisadores descobriram que a nuvem tem mais monóxido de carbono (CO) congelado do que se esperava. O composto já foi detectado no centro galáctico, mas é mais difícil encontrá-lo no meio interestelar. Segundo Ginsburg, a abundância do composto tem implicações importantes para a formação de estrelas.

-
CT no Flipboard : você já pode assinar gratuitamente as revistas Canaltech no Flipboard do iOS e Android e acompanhar todas as notícias em seu agregador de notícias favorito.
-

Como elas nascem a partir de gases frios, a presença do CO congelado sugere que o Tijolo seria um excelente berçário estelar. É aqui que vem outra descoberta curiosa: os resultados mostraram que os gases na nuvem são mais quentes que aqueles de nuvens semelhantes, desafiando a compreensão da abundância de CO no centro galáctico.

Além disso, a descoberta indica que a proporção entre gás e poeira por lá é menor do que se esperava. Como as moléculas que formam o Sistema Solar hoje também já foram gelo em pequenos grãos de poeira, o resultado vai ajudar os cientistas a entenderem as origens das moléculas presentes em nossos arredores no espaço.

Vale lembrar que estas detecções representam apenas uma pequena parte das observações do Tijolo, e ainda há muito por vir. “Ainda não sabemos, por exemplo, as quantidades relativas de CO, água, CO2 e muitas moléculas complexas”, observou Ginsburg. Análises futuras vão ajudá-los a explorar estes e outros compostos na região.

O artigo com os resultados do estudo vai ser publicado na revista The Astrophysical Journal e pode ser acesado no repositório arXiv , sem revisão de pares.

Leia a matéria no Canaltech .

Trending no Canaltech:

    Mais Recentes

      Comentários

      Clique aqui e deixe seu comentário!