O reator experimental de fusão nuclear JT-60SA foi inaugurado na sexta-feira (1º). Localizado na prefeitura de Ibaraki, no Japão, o dispositivo promete ajudar cientistas a investigarem a viabilidade da fusão nuclear como uma fonte de energia limpa e segura.
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Desenvolvido por meio de uma parceria entre a União Europeia e o Japão, o JT-60SA é uma atualização do projeto Japan Torus-60 (JT-60), ativo desde a década de 1970. Com o surgimento de novas tecnologias, o reator original foi atualizado algumas vezes, até que foi totalmente desmontado em 2013.
Foi somente em 2020 que o trabalho foi concluído. Como o reator é experimental, ele não pode ser usado como um gerador de energia nem mesmo com as atualizações. Mesmo assim, Sam Davis, vice-líder do projeto, comenta que o dispositivo “vai nos deixar mais próximos da energia de fusão [nuclear]”.
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O reator tem seis andares de altura e foi instalado em um hangar. Em seu interior há um tokamak , um dispositivo em formato de toro (ou de rosquinha, se preferir) com bobinas magnéticas. Elas comprimem plasma de isótopos de hidrogênio até alcançar pressão e temperatura encontradas somente no Sol, iniciando o processo de fusão do hidrogênio em hélio.
A vantagem é que a fusão de átomos libera grande quantidade de energia em comparação com os combustíveis fósseis . Só que, apesar de a máquina ser conceitualmente simples, é extremamente difícil construir um reator que possa sustentar esta reação gerando mais energia do que aquela necessária para seu funcionamento.
Durante o evento de inauguração, Kadri Simson, comissário de energia da União Europeia, descreveu o JT-60SA como “o tokamak mais avançado no mundo”, representando “um grande passo para a história da fusão [nuclear]”. Segundo ele, o processo tem potencial para se tornar uma fonte importante de energia ainda neste século.
Vale lembrar que tanto o JT-60SA quanto o reator International Thermonuclear Experimental Reactor (ITER) , que ainda está em desenvolvimento, são projetos criados para demonstrar a viabilidade da fusão nuclear. Por isso, ainda deve levar algum tempo até que dispositivos do tipo permitam que a humanidade possa abandonar o uso dos combustíveis fósseis.
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