Gafanhotos criados em ambientes de hipergravidade são muito mais fortes
Fidel Forato
Gafanhotos criados em ambientes de hipergravidade são muito mais fortes

Na Alemanha, cientistas da City University of Applied Sciences testaram como a gravidade impacta o nível de força e a estrutura de exoesqueletos de gafanhotos. Até certo ponto, a hipergravidade — três vezes maior que a encontrada na Terra — torna esses insetos mais fortes, mas há um limite para efeito benéfico.

Outro ponto interessante é que, diferentes de outros grupos, como os mamíferos, os gafanhotos e, muito provavelmente, os insetos de modo geral se ajustam rapidamente a essas mudanças na gravidade. Em duas semanas, a maioria dos efeitos já era notada na composição corporal.

Hipergravidade e os gafanhotos

Publicado na revista Proceedings of the Royal Society B: Biological Sciences , o estudo investiga como diferentes níveis de gravidade impactam a sobrevivência de gafanhotos adultos da espécie Locusta migratoria , conhecida como gafanhoto-migratório.

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Por duas semanas, os insetos foram mantidos em uma centrífuga, que gira constantemente, de modo a exercer uma pressão bastante próxima ao efeito da gravidade. Dentro do equipamento, foram simulados quatro tipos de gravidade: 3G, 5G e 8G, além do grupo controle mantido sob a gravidade da Terra (1G) .

Considerando os diferentes cenários, a taxa de mortalidade entre os gafanhotos variou bastante. Na gravidade do planeta, 76% dos insetos sobreviveram. Com 3G de gravidade, a taxa de sobrevivência saltou para 81%. Só que, a partir daí, a hipergravidade passou a ser nociva. Apenas 51% sobreviverem com 5G, enquanto 8G de gravidade matou quase todos — só sobraram 7%.

Os cientistas avaliaram outros parâmetros, como o efeito na espessura do exoesqueleto e na força de suas pernas. Novamente, 3G de gravidade foi o ambiente mais promissor. Com 5G e 8G, a espessura da cutícula resistente foi drasticamente reduzida. No máximo de hipergravidade testado, os insetos também perderam massa corporal.

A partir desses achados, os cientistas querem aproveitar os novos insights no desenvolvimento de biomateriais mais resistentes, capazes de sobreviver e se manter funcional em diferentes tipos de gravidade. Nesse campo, as habilidades deste inseto já foram usadas para desenvolver materiais semelhantes à borracha que podem saltar , sem a necessidade de estímulos externos.

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