Review Chevrolet Montana RS | A caminhonete para jovens
Felipe Ribeiro
Review Chevrolet Montana RS | A caminhonete para jovens

Quando foi anunciada, a Chevrolet Montana recebeu a alcunha de um “SUV com caçamba”. A ideia da General Motors era de colocar um player competitivo no mercado de caminhonetes e pegar uma fatia do público que se interessa por esse tipo de veículo. O natural era que, depois de um tempo, assim como fez com o Cruze e o Tracker , a montadora trouxesse a variante RS para a festa.

Mas, diferente do que acontece com o hatch médio e com o SUV compacto, a Montana RS foi posicionada como a variante topo de gama na linha da picape. O apelo visual mais esportivo é a justificativa mais forte para apostar nesse produto, muito embora ele traga tudo de bom e de ruim que há nas demais versões.

O Canaltech passou um bom período com a Chevrolet Montana RS e vai te contar quem pode se interessar pela caminhonete intermediária da GM, além de destrinchar toda a experiência de uso com o modelo.

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Prós

  • Design esportivo
  • Desempenho suficiente
  • Consumo vantajoso
  • Conectada à internet
  • Ótima dirigibilidade

Contras

  • Espaço interno sofrível
  • Isolamento acústico
  • Não tem boa capacidade de carga
  • Faltam equipamentos de segurança ativa

Conectividade, Segurança e Tecnologia

A Chevrolet Montana RS não teve alterações em sua lista de equipamentos quando comparamos com a versão Premier , a antiga topo de gama. As mudanças são puramente estéticas, então, vale relembrar o que a caminhonete traz de interessante do ponto de vista tecnológico.

A parte positiva, claro, é o pacote de conectividade, que é um diferencial na hora de comparar o modelo com a Renault Oroch e a Fiat Strada, duas de suas principais concorrentes.

A Montana RS vem com o sistema OnStar , o concierge da Chevrolet, e pode ter o 4G da Claro habilitado nativamente para oferecer conexão para os passageiros com ótima qualidade, como sempre aferimos por aqui. A experiência segue boa no âmbito da conectividade quando utilizamos o app My Chevrolet, que te ajuda a monitorar a picape e verificar dados importantes do uso.

A central multimídia My Link tem tela de 8 polegadas e segue competente, com interface intuitiva e rápida, além da conexão sem fio para Android Auto e Apple CarPlay . O único “porém” com o uso do aparelho é a qualidade da imagem, que não pode ser ajustada e tem pouco contraste, dando a impressão de ser um produto de confecção inferior — o que não é verdade. Certas coisas podem incomodar clientes mais exigentes e a GM já poderia atualizar essa central.

Já no campo da segurança, a Montana RS traz um pouco mais do que o trivial. Não faz feio, mas decepciona se considerarmos a proposta do veículo. Por aqui, de série, temos os seis airbags e o alerta de ponto cego.

Não há freios a disco nas rodas traseiras e o pacote ADAS inexiste, faltando itens que, por exemplo, estão em versões bem equipadas do Tracker, como o alerta de colisão frontal com frenagem automática para ciclistas e pedestres e o sistema de estacionamento semiautônomo.

Faria muito sentido se a GM aplicasse esses recursos em sua variante topo de gama. Justificaria a mudança de patamar de um produto com a assinatura RS e justificaria ainda mais a compra da Montana nessa configuração. Quem sabe na linha 2025 isso não possa ser modificado?

"Faltam equipamentos de segurança ativa na Montana RS. Tomara que a GM os acrescente na linha 2025"

— Felipe Ribeiro

Experiência de Uso e Conforto

Quem esperava ver um comportamento diferente na Chevrolet Montana RS pode ir tirando o cavalinho da chuva. Segundo apuramos com a própria GM no dia do lançamento da caminhonete, nenhuma alteração foi feita na suspensão, câmbio e motor.

Isso, claro, não quer dizer que a picape seja manca — pelo contrário. Por ser leve para um carro desse tipo, pesando apenas 1.310kg, o motor 1.2 turbo de 133cv e 21,4 kgf/m de torque é mais do que suficiente para trazer um ótimo convívio com a caminhonete. O câmbio, automático e de seis marchas, também é o mesmo utilizado em outros modelos da montadora.

Sua dirigibilidade, elogiada na versão Premier , segue muito boa por aqui, com a direção elétrica bem calibrada e um nível de performance honesto para o uso urbano e rodoviário. Esse motor de três cilindros cumpre bem o seu papel, inegavelmente.

A suspensão foi ajustada para trazer um misto de conforto e dinamismo e vai bem na Montana RS. Em conjunto com o balanço traseiro da picape, por vezes, nos sentimos dirigindo um sedan, bem agradável.

O consumo foi algo que me agradou bastante também. Na cidade, chegamos a marcar 11 km/l, enquanto na estrada anotamos surpreendentes 18 km/l. Ao final dos testes, o computador de bordo estava com marcador mostrando 12,7 km/l, sempre com gasolina.

O ponto fraco da Montana RS na usabilidade é seu espaço interno. Lembro-me bem de quando a GM apresentou o carro pela primeira vez, no ano passado, alegando que o espaço seria o mais bem aproveitado da categoria. Bem, isso depende.

Se compararmos com Strada, Saveiro e Oroch, a Montana vai bem, mas contra Toro e Rampage, isso não cola. A vida na fileira traseira de bancos para quem tem mais de 1,80m é apertada, bem apertada.

A caminhonete, compensa, porém, com a caçamba, que tem 874 litros de volume e é um verdadeiro porta-malas gigante, já que, para carga mesmo, os 600kg de capacidade útil não devem ser levados em conta. Não é um carro de trabalho, convenhamos.

O sistema de vedação aplicado pela GM, aliás, é o que garante a maior segurança e conforto para os passageiros quando imaginam suas bagagens no compartimento em dias de chuva. Nós testamos e, acreditem, é bom demais.

Em termos de recursos para o conforto temos um pacote razoável. Há ar-condicionado digital e automático, mas de apenas uma zona. Também temos sensores de chuva e crepuscular, sensores de estacionamento dianteiros e traseiros, chave presencial, partida por botão e acionamento remoto do motor.

"A melhor parte da Montana RS é dirigi-la. Mesmo sem ajustes esportivos, a caminhonete vai bem demais e é muito ágil"

— Felipe Ribeiro

Design e Acabamento

Geralmente reclamamos do acabamento dos carros de volume da Chevrolet, mas a Montana RS nos agradou nesse quesito. Nota-se um capricho no painel, com a aplicação de materiais de boa qualidade e ótimos arremates, mudando um pouco a percepção de simplicidade do Tracker, seu irmão de plataforma.

A nova peça que liga a central multimídia ao cluster principal também dá uma nova cara à Montana RS, mesmo com o visor central ainda sendo igual ao do Onix, uma bola fora tremenda e que desvaloriza o produto. A percepção de qualidade é um item fundamental para um carro dessa categoria e preço.

Os bancos são em couro e possuem costuras vermelhas, para dar mais esportividade. Eles, porém, não possuem nenhum tipo de desenho que abrace mais o motorista.

Já o design também sofreu alterações e melhorou em relação às demais versões da Montana. Na variante RS, há o chrome delete e uma sensação boa de que os cromados não fazem falta. O black piano bem aplicado na dianteira e em outras regiões também é elogiável, bem como as rodas, com desenho exclusivo e mais atraentes.

Ponto positivo, também, para a capota marítima de série, algo que não está presente nem em modelos premium, como a Ford F-150 . Uma das unidades que testamos, aliás, estava com o modelo retrátil e eletrônico, bem como outros acessórios, como o estribo e o subwoofer da JBL, que podem ser adquiridos separadamente para todas as versões.

Concorrentes

As concorrentes mais óbvias da Chevrolet Montana são a Fiat Toro e a Renault Oroch , mas podemos expandir esse raio de competitividade. Por seu porte e capacidades, Fiat Strada Turbo e Volkswagen Saveiro Extreme entram na roda. Se forçarmos um pouco, RAM Rampage e Ford Maverick também podem brincar.

Os preços vão de R$ 110 mil a R$ 280 mil, dependendo do modelo por aqui.

Chevrolet Montana RS: Vale a pena apostar na caminhonete intermediária?

A Chevrolet Montana RS justifica sua existência com as mudanças no design, que podem atrair um público mais jovem para a caminhonete e a torna mais atraente sob esse aspecto. Mas como não há diferenças mecânicas e de equipamentos para a variante Premier, por exemplo, sua compra pode ser questionada.

Para o meu gosto pessoal, a Montana RS seria a escolha óbvia dentro do lineup da picape, mas a falta de espaço interno pode pesar para a maioria dos clientes. Há, no entanto, bom desempenho, estilo e consumo de combustível vantajoso.

A Chevrolet Montana RS pode ser encontrada em todos os pontos de venda da Chevrolet no Brasil por R$ 151.890.

No Canaltech , a Chevrolet Montana RS foi avaliada graças a uma unidade gentilmente cedida pela General Motors do Brasil.

Leia a matéria no Canaltech .

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