No Canadá, pesquisadores do Centre for Addiction and Mental Health (CAMH) desenvolvem um novo medicamento para tratar a esclerose múltipla (EM) e até reverter alguns de seus desdobramentos, como a lesão aos nervos. O potencial remédio é testado em camundongos, onde demonstra ser bastante promissor.
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O medicamento em desenvolvimento é um antagonista do receptor de glutamato NMDA e, diferente das outras terapias disponíveis no mercado hoje, não busca reduzir diretamente a inflamação no sistema imunológico — uma das causas da esclerose múltipla.
O que é esclerose múltipla?
Aqui, vale mencionar que a esclerose múltipla é uma doença autoimune , ainda sem cura conhecida. Entre os sintomas mais comuns, a pessoa pode perder a visão, ter fraqueza muscular e desenvolver outros problemas de cognição e coordenação. Ainda não se sabe o porquê, mas é duas vezes mais comum em mulheres.
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A condição aumenta o nível de inflamação no corpo e desregula todo o sistema imunológico, fazendo com que as suas células ataquem estruturas saudáveis do organismo. A região mais afetada tende a ser a bainha de mielina, ou seja, a barreira protetora que se forma ao redor dos nervos do cérebro (neurônios) e da medula espinhal. Conforme ela é lesionada, mais intensos se tornam os sintomas.
Potencial remédio para EM
Em estudo publicado na revista Science Advances , os pesquisadores compartilham os primeiros resultados do tratamento envolvendo modelos animais. Nestes testes, foram usados três compostos sintetizados em laboratório, sendo que o mais promissor foi o ZCAN262.
Em camundongos com EM, este composto reduziu a intensidade dos sintomas e auxiliou o processo de recuperação da bainha de mielina — isto não é observado nos tratamentos atuais. A resposta aparentemente está na capacidade do composto em impedir a excitotoxicidade.
Por excitotoxicidade, entende-se um processo no qual as células nervosas são danificadas e podem, gradualmente, ser “mortas” pela estimulação excessiva de neurotransmissores, como o glutamato. É algo recorrente em casos de esclerose múltipla.
“Nosso composto teve um efeito impressionante na recuperação da [bainha de] mielina e da função motora nos modelos de laboratório, e espero que esses efeitos se traduzam na clínica para serem adicionados aos tratamentos atuais e trazerem uma nova esperança aos pacientes com esclerose múltipla”, afirma Fang Liu, uma das cientistas responsáveis pela pesquisa, em nota.
Agora, é necessário realizar mais alguns testes em animais, mas, no futuro, as pesquisas com humanos devem ser iniciadas. Por enquanto, o entendimento é que "esta classe de terapêuticos para EM pode ser útil como tratamento alternativo ou complementar às terapias existentes", afirmam os autores.
Outras estratégias também são avaliadas para aumentar a eficácia dos tratamentos de esclerose, como o uso de proteínas específicas ou mesmo de antialérgicos. Neste último caso, a pesquisa é ainda mais interessante, porque usa um medicamento que já é reconhecido como seguro e pode ser mais facilmente avaliado .
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