Fluxo de estrelas no espaço entre as galáxias é detectado pela 1ª vez
Daniele Cavalcante
Fluxo de estrelas no espaço entre as galáxias é detectado pela 1ª vez

Um fluxo gigantesco de estrelas foi encontrado em uma região inesperada: o espaço intergaláctico , isto é, entre as galáxias. A descoberta foi feita por acidente, e representa a primeira vez em que os astrônomos detectam algo desse tipo.

Alguns fluxos de estrelas no lado externo das galáxias já foram encontrados na Via Láctea , por exemplo. Eles são importantes para os astrônomos compreenderem um pouco melhor a evolução galáctica, pois revelam interações com galáxias anãs vizinhas.

Segundo as teorias mais aceitas hoje, a Via Láctea cresceu à medida que absorveu suas vizinhas, as quais geralmente eram galáxias anãs que se aproximaram demais. O mesmo deve ter acontecido com muitas outras galáxias universo afora.

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Os autores do novo estudo, publicado na Astronomy & Astrophysics , não estavam procurando estrelas intergalácticas, e sim pistas da matéria escura. Responsável pela maior parte de toda a matéria do universo, a matéria escura é invisível, mas pode ser detectada pelas interações gravitacionais com as galáxias.

Enquanto observavam o Aglomerado Coma — também conhecido como Abell 1656, um grupo de mais de 1.000 galáxias pequenas localizadas a cerca de 321 milhões de anos-luz da Terra — em busca da matéria escura , os pesquisadores se depararam com o rastro de estrelas intergalácticas.

A “corrente estelar”, chamada Gigant Coma Stream, faz jus ao nome: ela tem comprimento que equivale a cerca de 10 vezes o diâmetro da Via Láctea. O artigo que descreve a descoberta sugere que há muitas outras semelhantes em outros lugares do cosmos.

Para confirmar a descoberta, os pesquisadores recorreram ao Telescópio William Herschel, localizado em La Palma, nas Ilhas Canárias, Espanha. Ainda não se sabe como o fluxo estelar se manteve unido, já que as galáxias mais massivas do Aglomerado Coma deveriam ter dispersado suas estrelas.

Uma das possíveis explicações leva os cientistas de volta à matéria escura, já que ela tem a propriedade de manter as galáxias nos formatos que conhecemos. Assim, parece razoável considerar que ela também conseguiria manter a forma da Giant Coma Stream, semelhante a uma garrafa contendo água e lhe dando seu próprio formato.

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