Pássaro com dois sexos tem um lado do corpo de cada cor
Augusto Dala Costa
Pássaro com dois sexos tem um lado do corpo de cada cor

Você já ouviu falar do pássaro saí-verde? Normalmente, fêmeas da espécie têm a plumagem na cor verde, e os machos, na cor azul. Em casos extremamente raros, no entanto, um indivíduo pode acabar tendo metade do corpo de cada sexo — e o que acontece com suas cores? Você acertou: cada lado do corpo é de uma cor, como podemos ver nas belas e intrigantes fotografias do ornitólogo amador John Murillo, que notou um espécime assim na Colômbia, registrando-o várias vezes entre 2021 e 2023.

O saí-verde ( Chlorophanes spiza ) diferenciado estava na Reserva Natural Demostrativa Don Miguel, que fica próxima à cidade colombiana de Caldas. Ele tem o que se conhece como ginandromorfismo bilateral, onde um lado de um organismo exibe características masculinas, e o outro, femininas. Isso ocorre em vários tipos animais, especialmente quando há dimorfismo sexual, ou seja, machos e fêmeas são notavelmente diferentes , tanto em cores quanto em estrutura corporal.

O segundo saí-verde bicolor

Nos pássaros, isso costuma acontecer quando há um erro na meiose, ou seja, a divisão celular dentro do ovo, sendo então fertilizado duplamente por dois espermatozoides diferentes. É a segunda vez na história que o fenômeno é notado, com outro espécime raríssimo tendo sido registrado em 1914. Na ocasião, a ave era azul no lado esquerdo e verde no lado direito, exatamente o contrário do indivíduo atual.

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Não há como saber se os órgãos internos do pássaro também mostram características masculinas e femininas ao mesmo tempo, já que ele não foi capturado. Em outros casos, no entanto, cientistas estudaram outras espécies de ave com ginandromorfia bilateral e constataram que os animais tinham um ovário de um lado e um testículo do outro, então isso provavelmente ocorre no saí-verde visto recentemente.

O comportamento da ave era comum, mas ela tendia a evitar outros pássaros da mesma espécie, que também a evitavam. Outros animais com a condição já foram vistos conseguindo se reproduzir, mas outros eram estéreis. Como nunca se viu esse saí-verde em específico com um par, acredita-se que ele seja incapaz de ter filhotes.

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