Para Bill Gates, o SUS é um exemplo a ser seguido
Fidel Forato
Para Bill Gates, o SUS é um exemplo a ser seguido

Na terça-feira (13), o cofundador da Microsoft, bilionário e atual filantropo, Bill Gates , defendeu o Sistema Único de Saúde (SUS), criado no Brasil há mais de 30 anos, como um modelo de saúde pública a ser seguido por outros países.

“Em cerca de três décadas, o Brasil reduziu a mortalidade materna em quase 60%, reduziu a mortalidade infantil de menores de 5 anos em 75% — ultrapassando em muito as tendências globais — e aumentou a expectativa de vida em quase uma década”, afirma Gates, em artigo publicado no blog Gates Notes .

"É claro que, apesar de todo o progresso alcançado nas últimas décadas, o Brasil ainda enfrenta desafios”, lembra. Só que, na sua visão, o SUS não precisa ser perfeito para inspirar outras nações, desde que consiga levar “cuidados para os mais vulneráveis”, acrescenta.

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O impacto do SUS

Para Gates, as melhorias na saúde do país começaram a partir de 1985, com o processo de redemocratização. Poucos anos depois, em 1990, o SUS é oficialmente criado, com a missão de ser universal e gratuito, ou seja, atender a todos os brasileiros.

Na década seguinte à criação desse sistema público, já era possível observar a melhoria dos indicadores de saúde, como a queda nas mortes de gestantes e de bebês, por exemplo.

Nesse sistema em constante construção, o filantropo destaca: “uma coisa é garantir cuidados de saúde. Outra coisa é financiá-lo. E outra coisa totalmente diferente é garantir que chegue às pessoas que mais precisam dele”. Em sua concepção, essa universalização do atendimento é imprescindível e ocorre por causa dos agentes comunitários.

Importância dos agentes comunitários

Como estratégia da administração pública, foi criado o Programa de Agentes Comunitários de Saúde (PACS). De forma intuitiva, o objetivo era formar e contratar mais agentes comunitários para trabalharem no SUS.

Vale explicar que, segundo Gates, estes agentes podem ser definidos como “profissionais da saúde pública que trabalham nas comunidades, especialmente em áreas remotas ou sem infraestrutura". Eles ajudam a monitorar doenças, atuam nas campanhas de vacinação e orientam sobre os cuidados básicos.

“No Brasil, os agentes comunitários de saúde atuam como porta de entrada para o maior sistema de saúde pública universal e gratuito do mundo, e seu impacto tem sido transformador”, pontua Gates.

Hoje, o país conta com mais de 280 mil agentes comunitários, responsáveis por atender quase dois terços da população. São praticamente 160 milhões de pessoas beneficiadas por essa classe de profissionais, que ajudam a explicar o sucesso do SUS.

Por exemplo, estão por trás das quedas nos indicadores de mortalidade infantil e por ampliarem a cobertura vacinal. Neste último tópico, novas estratégias precisam ser pensadas, considerando as quedas na busca por imunizações desde a pandemia da covid-19 . No entanto, Gates considera que o Brasil está no caminho certo.

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