Como fósseis marinhos foram parar no topo do Everest?
Augusto Dala Costa
Como fósseis marinhos foram parar no topo do Everest?

No topo do Monte Everest , na Cordilheira do Himalaia, há fósseis de animais marinhos, presentes no calcário sedimentar conhecido como o Calcário de Qomolangma. Quando a informação se disseminou pela internet, muitos internautas ficaram confusos com o fato — como teriam os restos de criaturas do mar chegado ao topo da montanha mais alta do planeta?

A questão é que os fósseis são de criaturas do Período Ordoviciano , entre 488 milhões e 443 milhões de anos atrás, incluindo trilobitas, braquiópodes, ostracodes e crinóides, organismos já extintos. E não, não seria uma evidência de uma grande enchente do passado, mas, sim, resultado da dinâmica das placas tectônicas , da época em que o Himalaia não era uma cordilheira.

Formação do Monte Everest

Quase todas as rochas sedimentares são formadas pela erosão da água, que tritura minerais por milhares ou até milhões de anos, antes de compactar o material sob sua pressão. A presença de tais rochas nos diz que o Everest esteve sob a água em eras passadas, e que algo — a colisão continental — o trouxe aos seus 8.849 m de altura. Veja, em velocidade acelerada, esse processo no vídeo abaixo:

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O Himalaia e o Monte Everest foram formados pela colisão entre as placas continentais da Eurásia e da Índia, que se chocaram e “dobraram” suas massas de Terra em direção ao céu, começando entre 40 milhões e 50 milhões de anos atrás. A placa da Eurásia foi parcialmente esmigalhada e trazida para cima da placa indiana, mas como ambas têm uma baixa densidade e alta flutuabilidade, nenhuma pôde entrar em subducção, ou seja, não mergulhou sob o manto, o que pode gerar trincheiras oceânicas ou vulcões.

Essa colisão e a natureza das placas fez com que a crosta continental engrossasse através da dobra e criasse falhas por conta da compressão, elevando os Himalaias e o platô tibetano para as alturas. Como criaturas de milhões de anos haviam afundado e acabado preservadas no fundo do oceano, na época em que a região ficava diversos quilômetros abaixo do nível do mar, elas subiram com a cadeia de montanhas.

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