Um estudo publicado no periódico PLoS Pathogens na última quinta-feira (21) revelou que o vírus do sarampo pode atingir o cérebro. Os testes em laboratório revelaram que o vírus o pode adquirir mutações distintas que impulsionam a propagação no córtex frontal.
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Originalmente, o vírus do sarampo infecta o trato respiratório superior e usa a traqueia para se lançar e se espalhar por meio de gotículas dispersas quando uma pessoa infectada tosse ou espirra.
Entretanto, no estudo, os pesquisaores conseguiram mapear a evolução do vírus no cérebro. Para reconstruir a forma como um conjunto de genomas virais colonizou um cérebro humano, o grupo tilizou ferramentas de sequenciamento de DNA.
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A expectativa dos pesquisadores é que as descobertas possam ajudar na compreensão de como outros vírus persistem e se adaptam ao cérebro humano e, com esse conhecimento em mãos, facilitar o surgimento de medicamentos antivirais eficazes.
No artigo, a equipe alerta que o sarampo ressurge cada vez mais por conta de fatores como a hesitação vacinal, e suspeita que os casos de panencefalite esclerosante subaguda (PEES) — uma condição rara que se manifesta em aproximadamente 1 em cada 10 mil casos de sarampo — também aumentem.
Sarampo no cérebro
Os pesquisadores analisaram 15 amostras de diferentes regiões do cérebro e conduziram o sequenciamento genético em cada região para identificar como o vírus do sarampo sofreu mutação e se espalhou.
Através do método foi possível descobrir que, depois de o vírus do sarampo ter entrado no cérebro, o conjunto completo de material genético do vírus começou a mudar de forma prejudicial e se replicou várias vezes.
Assim, levou a uma combinação de características que funcionaram em conjunto para promover a propagação do vírus desde o local inicial da infecção (o córtex frontal do cérebro) até colonizar todo o órgão. Anteriormente, pesquisas também notaram que o vírus responsável pela covid-19 pode infectar o cérebro .
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