Baleias evoluíram seu enorme tamanho no hemisfério sul
Augusto Dala Costa
Baleias evoluíram seu enorme tamanho no hemisfério sul

Cientistas encontraram, na Austrália, o fóssil de uma baleia-de-barbatana sem dentes que revelou o local do mundo onde esses grandes mamíferos adquiriram o seu monstruoso tamanho, se tornando os maiores animais da Terra . A maioria das pesquisas sobre os cetáceos foca em como eles teriam se tornado tão grandes, mas pouca atenção era dada ao local onde isso teria acontecido.

Os restos em questão são de um tipo de baleia-de-barbatana desdentada ( Chaeomysticete ), que tinha cerca de 9 metros de comprimento e seria a maior espécie do Mioceno (entre 24 milhões de anos e 5 milhões de anos atrás). As baleias-de-barbatana são as que se alimentam através de um filtro com cerdas na boca, também chamado de barbatana, que neste caso não se refere às nadadeiras.

O fóssil permitiu aos cientistas concluírem que as baleias-de-barbatana do hemisfério sul eram maiores do que as do hemisfério norte, indicando que as espécies teriam ficado grandes nos mares do sul. Atualmente, as baleias-azuis ( Balaenoptera musculus ) são os maiores animais do planeta, e seriam os maiores de todos os tempos se a extinta baleia Perucetus colossus não as tivessem desbancado . Elas eram mais pesadas, mas não eram mais compridas que as baleias-azuis, com 30 metros de comprimento.

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Evolução das baleias

Até este ano, se pensava que o gatilho para a evolução das baleias Mysticeti tivesse sido há 3 milhões de anos, no início da Era do Gelo no hemisfério norte. A nova pesquisa, no entanto, comandada pelo cientistas James Rule, da Universidade Monash e do Museu de História Natural de Londres, mostrou que isso teria acontecido há 20 milhões de anos, muito antes, e no hemisfério sul, contrariando expectativas.

Isso aconteceu graças à reavaliação da mandíbula inferior de uma baleia desdentada da coleção dos Museus Vitória, da Austrália, datada entre 16 milhões e 21 milhões de anos atrás. O item estava preservado no sul do país, no banco do Rio Murray, em 1921, mas ficou ignorado na coleção nas décadas seguintes. Encontrar o fóssil mostrou que as baleias do sul eram muito maiores do que suas parentes nortistas dezenas de milhões de anos antes.

Com a descoberta, se definiu que a ponta da mandíbula das baleias-de-barbatana pode ser escalonável com o tamanho do corpo — ou seja, quanto maior essa parte do animal, maior é o seu corpo inteiro, o que ajuda na avaliação do tamanho do animal a partir de apenas parte dos fósseis. Com 9 metros de comprimento, a espécie do Rio Murray já estava a caminho de se tornar a atual gigante dos oceanos há estimados 19 milhões de anos.

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